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A Great Wall Motors (GWM), que se instalou recentemente no Brasil, adotou uma estratégia diferente de entrada no país: em vez de iniciar as operações como importadora, para testar o mercado e só depois instalar unidades produtivas por aqui (como fizeram outras montadoras), primeiro quis garantir sua fábrica, comprando em 2021 as instalações da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP).
O grupo chinês iniciou então as reformas necessárias e, só agora, mais de um ano depois, iniciou a importação do primeiro automóvel da marca: o híbrido plug-in Haval H6 GT. O modelo é um utilitário esportivo (SUV), híbrido plug-in (carregado na tomada), com equipamentos inéditos no mercado brasileiro para essa categoria de veículo.
O preço do modelo só será divulgado em março, mas especialistas do mercado avaliam que o Haval H6 GT deve ser vendido por cerca de R$ 300 mil. A produção no Brasil (não necessariamente deste modelo, só terá início no primeiro semestre de 2024). Será a primeira fábrica do Brasil a produzir somente veículos eletrificados.
Com essa fórmula, o maior grupo automotivo privado da China pretende mostrar que “realmente quer fincar raízes no Brasil” e e ganhar a confiança do mercado, afirma o CEO da GWM do Brasil e da América Latina, define James Yang. O executivo diz que o grupo chinês estudava o mercado brasileiro há dez anos.
Elétricos ou eletrificados?
A fábrica de Iracemápolis (que fica a cerca de 165 km de São Paulo) deve iniciar produção na primeira metade do próximo ano, provavelmente com uma picape híbrida plug-in. Quando o SUV H6 também entrar em linha de produção, passará a ter motor flex (em vez de apenas gasolina, como ocorre no modelo importado).
Carros puramente elétricos (BEV) estão nos projetos de longo prazo da montadora chinesa, assim como a produção de baterias. “Não sei se o Brasil vai precisar tão rápido dos elétricos”, justifica Oswaldo Ramos, diretor comercial da empresa.
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No começo de fevereiro, o grupo iniciou campanha publicitária que fala dos seus valores mais importantes, como inovação, tecnologia, sustentabilidade e conectividade. O filme tem como fundo a música “Hello, goodbye”, dos Beatles, remixada pelo DJ Alok, com o slogan de “Hello, tomorrow”.