Grandes varejistas começam as liquidações após o final de ano

Objetivo do varejo agora é zerar os estoques depois de um final de ano decepcionante

Anna França

(Divulgação)
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Foi dada a largada para as liquidações de janeiro. Depois de um fim de ano mais fraco do que se esperava, com vendas de Black Friday e Natal abaixo do estimado, as empresas retomam as promoções com expectativa positiva nesse início do ano.

Nesta sexta-feira (5), todas as 1.300 lojas do Magalu abriram mais cedo, às 7 horas, para a maior queima de estoque da empresa no ano. A tradicional Liquidação Fantástica chamou atenção e nem a chuva em muitos lugares afastou os clientes, que chegaram em muitas cidades ainda durante a madrugada, formando filas nas portas das lojas para garantir os preços baixos. Criada há 31 anos, a promoção é considerada um importante termômetro da predisposição de consumo para o ano, segundo a empresa.

Várias horas antes da abertura, a loja que fica na Marginal Tietê, na capital paulista, já tinha clientes à espera. Assim que as portas foram liberadas, a correria foi grande. Panela de pressão, lavadora de roupa, geladeira, air fryer, colchão, smartphone e smart TV estão entre os produtos mais procurados pelos consumidores.

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Nesta edição, o Magalu tem mais de 100 mil itens com descontos de até 80%. As promoções valem para todos os canais de venda da empresa – lojas físicas, app e site – e incluem produtos de estoque próprio (1P) e de parceiros do marketplace (3P). “A Liquidação Fantástica é uma tradição do Magalu e a gente se prepara, porque temos o compromisso de oferecer grandes descontos. Tanto que os clientes ficam na frente de nossas lojas em filas só esperando as portas abrirem”, afirma o vice-presidente do Magalu, Fabricio Garcia.

No site e no app do Magalu, as ofertas serão destacadas com selos específicos da promoção. Os descontos serão válidos até o domingo ou enquanto durarem os estoques.

Logística

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Para acelerar as entregas das compras feitas via e-commerce, a empresa reforçou sua área de logística com 1.500 contratações temporárias. A expectativa é que o número de pedidos que passam pelos 21 centros de distribuição e 177 cross-dockings do Magalu, no fim de semana, cresça 21% em relação ao ano passado.

Graças ao investimento da companhia no último ano em fulfillment – que reduz o custo e o prazo da entrega -, as vendas de produtos de sellers estocados nos CDs da companhia devem triplicar. Em mais de 12 capitais e 177 cidades do Brasil, as compras serão entregues em até dois dias após a confirmação do pagamento. Nas lojas físicas, a mega promoção acontece no sistema “pegou, levou” – o próprio consumidor deve levar para casa os seus produtos adquiridos, inclusive os de mostruário.

Zerar estoques

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Já o Grupo Casas Bahia, que inclui as marcas Ponto e Extra.com, baixou os preços de produtos novos e quer queimar até o mostruário para zerar os estoques. Na primeira semana do ano, as lojas físicas e on-line (aplicativo e site) da Casas Bahia irão oferecer milhares de ofertas nas mais variadas seleções de produtos, entre elas, TVs, categoria em que a marca é líder de vendas no Brasil.  

A companhia também oferece facilidades de pagamento com parcelamento exclusivo no Cartão Casas Bahia em até 30 vezes fixas, ou em até 24 vezes com o carnê digital ou físico, tendo o carnê físico a possibilidade de começar a pagar em 60 dias. O cliente também pode pagar via PIX, aproveitando descontos em produtos selecionados. Vale destacar ainda os benefícios de cupons e frete grátis que a marca oferece em diversos itens.

Fim de ano decepcionante

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Os varejistas tentam virar o jogo sobre os resultados decepcionantes do final do ano. Após a Black Friday registrar a pior venda da história do setor para o período, o Natal registrou recuo de 1,4% nas vendas em comparação a igual mês do ano anterior.

Com as principais datas do comércio voltando ao terreno negativo, voltou à tona a tese do “voo de galinha” no comércio brasileiro, onde as altas não se sustentam ao longo dos anos. Nem mesmo o tradicional período de trocas dos presentes de Natal animou o varejo, que agora aposta tudo nas liquidações do início do ano.

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Anna França

Jornalista especializada em economia e finanças. Foi editora de Negócios e Legislação no DCI, subeditora de indústria na Gazeta Mercantil e repórter de finanças e agronegócios na revista Dinheiro