Ferrari quer impulsionar muito a produção, mas uma lei pode impedir

A Ferrari quer crescer, mas pelo visto não dá para se animar muito com isso

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Uma lei dos Estados Unidos pode impedir que a fabricante de carros de luxo Ferrari cumpra suas ambições de crescimento.

O ex-presidente da Ferrari Luca di Montezemolo decidiu em 2013 que iria limitar a produção a cerca de 70.000 veículos ao ano, prezando por exclusividade acima de quantidade. Mas a Ferrari estava no caminho de mudar isso: com Sergio Marchione no comando e o anúncio de uma Oferta Pública Inicial (IPO), o desejo de produzir mais pareceu tentador demais.

O IPO foi lançado nesta quarta-feira, com ações a US$52 cada. Espera-se que ele levante US$890,5 milhões, avaliando a companhia em US$9,82 bilhões, de acordo com o Business Inside.

No formulário desse IPO, a companhia revela planos de passar a fabricar anualmente 9.000 carros até 2019, um aumento de quase 30% ante o limite dos 7.000. Espera-se que a marca tenha lançado, até lá, um novo modelo que ficaria entre o California e o 488 GTB. A ideia, segundo o formulário, é atingir pessoas em mercados emergentes, onde a montadora não possui ainda um número tão alto de vendas.

Ao mesmo tempo, a lei norte-americana proíbe que a Ferrari fabrique mais de 10.000 carros ao ano globalmente, segundo o Wall Street Journal – a quebra dessa regra poderia ameaçar a qualidade de desempenho dos carros mundialmente famosos.

Para não perder interesse nas ações, diz o Market Watch, Marchione tem tentado driblar as palavras, e em momento algum disse que produziria mais do que esses 10.000 veículos anuais. Além disso, alguns investidores aparentemente acreditam que esse número pode ser superado. Mas, na verdade, isso só seria possível caso a Ferrari criasse um modelo econômico (que não entraria dentro da legislação do desempenho). Outra maneira de agradar acionistas seria se a companhia licenciasse a marca para outros produtos rentáveis.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney