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Após quase quatro dias com problemas no fornecimento de energia elétrica em parte da capital e da região metropolitana de São Paulo, a Enel anunciou ter pedido reforço de técnicos de outros países. Os profissionais, vindos do Chile, da Argentina, da Itália e da Espanha, devem auxiliar nas áreas afetadas para acelerar a reversão da situação. As informações são do portal UOL.
Técnicos de outras regiões do Brasil já haviam sido convocados no fim de semana. Profissionais que atuam em bases do Rio de Janeiro e do Ceará chegaram a São Paulo para atuar em campo. Ao todo, o número de técnicos envolvidos na resolução do problema de rede elétrica chega a 2,9 mil.
Ainda assim, aproximadamente 220 mil clientes continuavam sem luz nesta terça-feira (15), entre os 2 milhões de pontos sem energia após a chuva de sexta-feira (11). O número diz respeito ao ponto de instalação, então pode-se considerar que a quantidade de pessoas afetadas seja bem maior.
A Enel não deu prazo para o religamento de energia no sábado (12), quando se pronunciou pela primeira vez desde o apagão. O presidente da companhia, Guilherme Lencastre, afirmou que a empresa estava “bem mais preparada” para a atuação do que em novembro de 2023, quando 2,5 milhões de pessoas ficaram no escuro em todo o estado.
Uma análise do Ministério Público de São Paulo apontou, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo, que a Enel São Paulo teria deixado de investir R$ 602 milhões em sua infraestrutura, conforme previsto no planejamento. O parecer técnico, de abril, mostra que houve frustração de investimento nos anos de 2020, 2021 e 2022.
O documento, obtido pelo jornal, demonstra que foram identificadas “irregularidades e inconveniências que implicam em falhas no sistema, distúrbios na energia elétrica distribuída e prejuízos aos consumidores”. Entre os pontos destacados, estão a “necessidade de melhorias tecnológicas” e a “correção de não conformidades e inconveniências constatadas”.
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Caducidade da concessão
A prefeitura de São Paulo tenta, desde março deste ano, seguir com o processo de caducidade da concessão da Enel para contratar outra empresa. O pedido foi feito à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que pode recomendar o fim antecipado do contrato, mas não encerrá-lo. A decisão final cabe ao Ministério de Minas e Energia.
No documento encaminhado à Aneel, a prefeitura destaca que a rescisão do contrato seria a “única medida que se vislumbra capaz de garantir a continuidade de um serviço público essencial à vida da maior cidade do país”. A mudança de concessionária foi classificada como “urgente”, assim como a necessidade de correção do processo de escolha da empresa, para evitar a repetição dos “mesmos erros”.