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As preferências da população com altíssimo poder aquisitivo por experiências exclusivas, que vão dos carros importados de edição limitada às viagens ao espaço, não são exatamente uma novidade. Pensando nesse público, uma empresa austríaca trabalha em uma releitura de um clássico dos “ricaços”, o iate, mas com uma boa pitada de requinte e peculiaridade: a possibilidade de submergir.
A procura por iates tradicionais grandes tem crescido. Segundo o Sistema de Inteligência de Mercado de Super Iates, uma plataforma de dados relacionada ao veículo especializado Super Yatch Times (SYT), foram entregues 201 iates de mais de 30 metros em 2023, um crescimento de quase 20% em relação a 2022.
Mas a Migaloo Private Submersible Yachts tem uma aposta diferente: o M5, um luxuoso super-iate submersível de 165,8 metros de comprimento, avaliado em US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões).
Segundo Christian Gumpold, fundador e CEO da Migaloo, a busca dos Indivíduos com Patrimônio Ultra Elevado (UHNWIs, na sigla em inglês) por privacidade, segurança e proteção para si, seus hóspedes e seus bens, a realização de experiências únicas à altura dos desejos científicos, bem como pela maior exclusividade e limitação possível são os motivadores do projeto do M5.
Em entrevista à revista Fast Company, Gumpold afirmou que não existe um preço definido para o M5, já que o valor do submersível depende das vontades do cliente. Mas ao site Deezen, o executivo informou que a empresa já trabalha em projetos de US$ 2 bilhões, apesar de ainda não haver nenhum protótipo do submersível pronto.
As funcionalidades do M5 são parecidas com as de iates luxuosos “convencionais”, como piscina, academia, cinema, lounges, bar, áreas de convivência e até heliporto, além de dormitórios e banheiros equipados. Mas uma novidade são paredes “transparentes” que permitem a observação da vida marinha.
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Perguntado pela Fast Company sobre a segurança do super-iate, Gumpold alega que o M5 não traz tecnologias experimentais, e sim reúne soluções já existentes na indústria de submarinos e super iates – como casco duplo, diversos cascos de pressão e motores a diesel projetados para alimentar grandes baterias internas.
Cifras altas
Apesar do preço do M5 parecer desproporcional, embarcações são naturalmente caras. Em 2021, BBC e Bloomberg noticiaram uma encomenda para lá de peculiar do fundador da Amazon, Jeff Bezos: um super iate, que estava sendo construído na Holanda, e que custava cerca de US$ 500 milhões.
Para bolsos menores – ou não tão fundos – a empresa holandesa especializada em submersíveis comerciais U-Boat Worx criou o Nautilus, um super iate submarino menor, com 42 metros de comprimento, que saia a US$ 24,5 milhões: piscina, bar e lounge retrátil, área de jantar, cabine master, quatro quartos de hóspedes, dormitórios para até sete tripulantes e cozinha totalmente equipada.
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A U-Boat Worx anunciou o Nautilus em setembro de 2022. Após a encomenda, a companhia pedia 30 meses para a fabricação do submersível. A U-Boat Worx fabrica modelos de submarinos conhecidos no nicho, como Nexus e Nemo e o C-cruiser, o submarino mais vendido do mundo, segundo a Forbes.
Ainda houve o caso do submersível Titan, da empresa OceanGate Expeditions, que implodiu no mar em junho do ano passado, fazendo cinco vítimas fatais. Ainda que a embarcação não tivesse nada de luxuosa, os tripulantes pagaram US$ 250 mil por pessoa para participar da expedição cujo objetivo era observar os destroços do Titanic e que terminou em tragédia. Na época, profissionais ressaltaram o “amadorismo” do submersível, que não era autônomo, era pilotado por um controle usado em videogames e não possuía GPS.
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