Desvalorização de carros elétricos chega a até 37% em 2023 no Brasil; veja lista

BMW i3 é o primeiro da lista; modelos de Renault, JAC e Audi também figuram no ranking

Giovanna Sutto

(Divulgação/ Audi)
(Divulgação/ Audi)

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Mesmo sob recordes em vendas, o valor dos carros 100% elétricos sofreu fortes desvalorizações em 2023. A maior depreciação foi de 37,1%*, no SUV BMW i3, cuja versão 0 KM custava R$ 338,2 mil em janeiro e seu preço de revenda em dezembro foi de R$ 224,5 mil, segundo dados compilados pela consultoria automotiva Kelley Blue Book (KBB), a pedido do InfoMoney.

Na lista dos 15 carros que mais desvalorizaram no ano, também aparecem modelos mais acessíveis, considerando o patamar de preço dos elétricos, como o JAC IEV-20, por exemplo, que custava R$ 169 mil no início do ano e, agora, pode ser encontrado por R$ 114,4 mil, uma baixa de 33%.

Entre os motivos da desvalorização, a KBB destaca a concorrência acirrada entre as empresas do segmento, com a entrada de montadoras chinesas no mercado brasileiro, como BYD e GWM. Com isso, o patamar inicial de preços sofreu queda, com modelos sendo encontrados a partir de R$ 120 mil.

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Para competir com as novas companhias, montadoras de todo o mercado reavaliaram seus preços, o que impulsionou o patamar de desvalorização dos veículos do setor.

Neste ano foram registrados mais de 15 lançamentos de veículos elétricos, conforme dados da KBB.

Analisar a desvalorização de um veículo pode ser um balizador para a compra, já que o preço do modelo desejado pode cair, ou indicar a velocidade que esse carro perde valor no mercado. Porém, é importante que o consumidor tome cuidado e não considere apenas isso na hora de fechar o negócio.

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Especialmente no caso dos elétricos, além do preço, outros pontos devem entrar na conta, como: autonomia do modelo, infraestrutura de carregamento e custo de manutenção.

Veja, a seguir, os 15 carros elétricos que mais desvalorizaram em 2023:

MarcaModeloVersão0 KM (jan/23)Preço Revenda (dez/23)Depreciação em 23 (%)
BMWi3BEV 42KWH UNIQUE FOREVERR$ 351.185R$ 220.88537,1%
BMWi3 120Ah BEV FULL R$ 338.250 R$ 224.529 33,6%
JAC E-JS4 BEV 55 KWH ELETRICO R$ 263.576 R$ 176.64033%
JAC IEV 20BEV 41 KWH ELETRICO R$ 169.050 R$ 114.45033%
VOLVO XC40 PURE ELETRIC R$ 397.950 R$ 273.430 31,3%
NISSAN LEAF TEKNA R$ 296.998 R$ 205.00031%
FIAT 500E BEV 42 KWH ICON AT ELE R$ 261.341 R$ 186.500 28,6%
CAOA CHERY ICAR EQ1 AT ELE R$ 149.240 R$ 113.00024,3%
RENAULTKWID E-TECH 27 KWH R$ 146.255 R$ 112.30023,2%
CHEVROLET BOLT EV PREMIER AT R$ 327.355 R$ 253.184 22,7%
MINICOOPER S E TOP COLLECTION 33KWH AT R$ 281.973 R$ 219.32522,2%
AUDI E-TRON GT RS BEV 93KWH QUATTRO R$ 1.064.640 R$ 828.459 22,2%
RENAULT ZOER135 ZEN R$ 203.965 R$ 159.266 21,9%
AUDI E-TRONPERFORMANCE QUATTRO R$ 612.910 R$ 494.25019,4%
Fonte: KBB

*Versão anterior deste texto apontava dados relativos à queda de preço e não o percentual de desvalorização dos elétricos. O erro foi corrigido.

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Setor em 2023

O ano de 2023 foi um divisor de águas para o segmento de carros elétricos: até novembro, os emplacamentos, que consideram modelos 100% elétricos, a baterias e híbridos, totalizaram 77.648 veículos, um aumento de 78% sobre o mesmo período de 2022 (43.658), segundo dados da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico).

No acumulado do ano, a expectativa é de que as vendas alcancem 90 mil unidades — o que ultrapassaria a previsão inicial da associação que era de 80 mil veículos no ano.

Apesar dos bons resultados, o segmento não deve seguir acelerado em 2024 porque em janeiro entram em vigor as novas alíquotas de Imposto de Importação sobre veículos elétricos e híbridos anunciadas recentemente pelo governo federal, o que deve frear as vendas para o próximo ano com um potencial aumento de preços, segundo a associação.

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Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), a medida visa desenvolver a cadeia automotiva nacional, acelerar o processo de descarbonização da frota brasileira e contribuir para o projeto de neoindustrialização do país.

Giovanna Sutto

Jornalista com mais de 6 anos de experiência na cobertura de finanças pessoais, meios de pagamentos, economia e carreira. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.