Coronavírus leva pessoas racionais ao pânico de comprar e gera escassez

Perspectiva de confinamento prolongado em casa fez com que as pessoas corressem para estocar outros itens

Bloomberg

Passageiros com máscaras em aeroporto (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Passageiros com máscaras em aeroporto (Fernando Frazão/Agência Brasil)

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(Bloomberg) — A propagação mundial do novo coronavírus tem causado alguns efeitos colaterais curiosos: as prateleiras das lojas estão vazias de Cingapura a Seattle.

Supermercados do Reino Unido começaram a racionar itens. Em Hong Kong, um entregador, com centenas de rolos de papel higiênico, foi supostamente roubado sob a ameaça de uma faca. Na Austrália, houve brigas em supermercados, o que levou a polícia a imobilizar um homem. E a França efetivamente nacionalizou toda a produção de máscaras devido à corrida pelo suprimento que esgotou o produto.

As compras motivadas pelo pânico emergiram como uma característica da epidemia de coronavírus tanto quanto a febre ou tosse seca.

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Psicólogos veem o controle como uma necessidade básica humana. Como uma doença altamente infecciosa e que pode ser fatal, esta epidemia viola o senso de controle de maneiras fundamentais. A menos que governos possam encontrar uma maneira de restaurar esse sentimento, o ciclo de compras motivadas por pânico, acumulação e escassez só tende a aumentar.

“As pessoas realmente não estão equipadas psicologicamente para processar esse tipo de coisa”, disse Andrew Stephen, professor de marketing da Said Business School da Universidade de Oxford. “Isso piora a situação para muitas pessoas em termos de incerteza, e elas fazem o que precisam para tentar recuperar algum controle.”

A compra motivada por pânico já ameaça causar danos reais. O Cirurgião Geral dos EUA pediu aos norte-americanos que parem de comprar máscaras para garantir o fornecimento para profissionais de saúde, enquanto o Japão disse que introduzirá penalidades para a revenda de máscaras.

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O EBay baniu novas listagens de produtos de saúde depois que ocorrências de manipulação de preços tornaram-se comuns. Pacotes de desinfetante para as mãos, geralmente vendidos por US$ 10, chegaram a custar US$ 400.

E a perspectiva de confinamento prolongado em casa fez com que as pessoas corressem para estocar outros itens. O leite de aveia tornou-se uma commodity em alta demanda porque dura mais do que produtos lácteos, o equipamento de sobrevivência popularizado no programa da National Geographic “Doomsday Preppers” também é muito procurado, e a Hostess Brands diz que as vendas de seu famoso bolinho Twinkie dispararam.

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