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SÃO PAULO – Com o surto do coronavírus tomando proporções cada vez maiores, o efeito de pânico que se instalou ao redor do mundo está chegando ao Brasil. No dia a dia, um sinal claro de medo da doença é a imagem de famílias estocando comida – mesmo que não haja crise real de abastecimento.
Em meio ao processo de isolamento e home office para muitas pessoas, os supermercados começam a sentir os efeitos de uma alta na demanda. Em todo o Brasil alguns supermercados estão enfrentando problemas pontuais com produtos de higiene e álcool em gel.
Uma leitora do InfoMoney enviou uma foto da situação de um supermercado na zona sul de São Paulo:
No entanto, empresas e entidades garantem que a situação não justifica esse comportamento.
A Associação Paulista de Supermercados (APAS) informou em nota que “os supermercados estão com os estoques normalizados, sendo que toda a cadeia de abastecimento está operando com regularidade, indústria e transportes, o abastecimento está com fluxo normal”.
De fato, houve um aumento da frequência de consumidores em alguns estabelecimentos, mas não há registro de desabastecimento nas lojas do estado de São Paulo.
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No último fim de semana, considerando a sexta-feira (13); sábado (14) e domingo (15) houve um aumento de 8,5% na frequência de alguns supermercados, em comparação com o terceiro fim de semana de fevereiro deste ano, dias 14, 15 e 16, segundo a APAS.
Os produtos mais procurados foram álcool em gel e papel higiênico, mas toda a cadeia de abastecimento vem trabalhando para que os itens não faltem nas prateleiras e que se mantenha um equilíbrio de preço nos pontos de vendas.
Em linha com a APAS, a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) também se pronunciou por meio de nota, informando que não houve desabastecimento, mas, em alguns estados, foram registradas falta de reposição – como com o álcool em gel, devido a velocidade que o produto foi consumido. “A falta de um ou outro produto não configura desabastecimento”, disse a assessoria associação.
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“O abastecimento nas lojas que integram o autosserviço nacional segue dentro da normalidade. O aumento nos casos de coronavírus tem gerado maior procura por álcool gel, que é um produto preventivo, e também por alguns itens de primeira necessidade, como papel higiênico, por exemplo. Contudo, não há registros de desabastecimento das gôndolas, especialmente em relação à itens essenciais para o consumo das famílias”.
A entidade conta com 27 associações estaduais de supermercados e está monitorando essa questão de forma permanente e destacou “que todos os elos que integram a cadeia de abastecimento (produtores, indústrias, distribuidores, transportadores e varejo) estão empenhados em manter a qualidade operacional das mais de 89 mil lojas do setor, que atendem, diariamente, mais de 27 milhões de consumidores”.
O InfoMoney visitou algumas unidades de supermercados na região de São Bernardo do Campo, incluindo o Grupo Big, Carrefour e Pão de Açúcar. Em todas, a situação segue da mesma maneira: sem problemas com abastecimento, com o dia a dia de trabalho sem alterações e com o álcool em gel sendo o único produto em falta momentaneamente.
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“Só está em falta porque no último fim de semana a procura quadruplicou”, afirmou a coordenadora da unidade do Carrefour.
Um funcionário do Grupo Big explicou que o produto deve chegar até quinta-feira (19).
Os depoimentos dos funcionários das unidades dos supermercados corroboram com a posição das entidades. Eles relataram procedimentos parecidos: as empresas passaram orientações para todas as áreas de higiene pessoal.
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“Colocaram cartazes depois da reunião com todos os funcionários dando orientações de higiene pessoal”, conta uma funcionária do caixa do Grupo Big.
No Carrefour, há potes de álcool em gel em todos os corredores. “Eles colocaram em todos os lugares e estão nos incentivando a usar o tempo todo. Os clientes também podem usar”, disse um funcionário. Outro, da mesma unidade, comentou que o clima está tranquilo. “A orientação foi para não ter pânico e seguir a vida normalmente. E estamos trabalhando sem nenhum mudança de horário ou dias”, conta.
Uma funcionária do Grupo Big também comentou que o clima não é de pânico na unidade. “Não temos o que fazer. Não estamos desesperados e estamos seguindo as orientações de higiene pessoal. Não é que não eu não tenho receio, mas preciso trabalhar”, diz.
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Na unidade do Pão de Açúcar, um dos coordenadores afirmou que o estoque está normal, com exceção do álcool em gel que deve chegar ainda nesta semana.
Em zonas nobres de São Paulo, clientes estavam buscando, além de álcool em gel, papel higiênico, por itens como carnes, leite e produtos de limpeza com uma frequência bem maior do que o normal. No St Marché do Itaim Bibi, funcionários relatam filas maiores e carrinhos muito mais cheios, e clientes veem prateleiras vazias. Relatos semelhantes foram ouvidos na Casa Santa Luzia, no Jardim Paulista.
Vale lembrar que o Ministério da Saúde recomenda a redução de deslocamentos para o trabalho, incentiva que reuniões sejam realizadas virtualmente, que viagens não essenciais sejam adiadas/canceladas e que, quando possível, realizar o trabalho de casa (home office). Adotar horários alternativos para evitar períodos de pico também é uma das medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde aos estados.
De acordo com o site WorldOMeters, que atualiza em tempo real os casos da Covid-19 são quase 180 mil casos confirmados e mais de 7 mil mortes ao redor do mundo. No Brasil, são 230 casos confirmados e outros 2.064 casos suspeitos estão sendo investigados.
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