Conhecer a Disney em Orlando está pelo menos 25% mais caro, diz CVC

Indicadores macroeconômicos, como câmbio e inflação, afetam o preço das viagens e a capacidade de uma família viajar

Maria Luiza Dourado

Pessoas se reúnem no parque temático Magic Kingdom antes do desfile "Festival of Fantasy" no Walt Disney World em Orlando, Flórida, EUA, em 30 de julho de 2022 (REUTERS/Octavio Jones/Foto de arquivo)
Pessoas se reúnem no parque temático Magic Kingdom antes do desfile "Festival of Fantasy" no Walt Disney World em Orlando, Flórida, EUA, em 30 de julho de 2022 (REUTERS/Octavio Jones/Foto de arquivo)

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Conhecer a Disney, em Orlando, nos Estados Unidos, está mais caro em 2024, de acordo com a empresa especializada em turismo CVC, e a alta do dólar é um dos principais fatores para esse aumento.

Segundo dados fornecidos pela CVC ao InfoMoney, um pacote para Orlando com passagem aérea de ida e volta e sete noites de hospedagem para uma família de quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, custava cerca de R$ 20 mil em julho de 2023. Agora, o mesmo pacote está custando R$ 25 mil, o que representa um aumento de 25%.

Indicadores macroeconômicos, como câmbio e inflação, têm impacto no preço das viagens e na capacidade das famílias de viajar. No entanto, de acordo com a CVC, variações cambiais tendem a afetar menos o preço dos pacotes comprados antecipadamente.

“Pelo fato de a CVC fazer reservas em grandes volumes junto aos seus fornecedores, a operadora consegue manter seus preços estáveis e reverter promoções aos consumidores. Outra estratégia é apostar cada vez mais na venda antecipada da viagem, de 12 para até 18 meses antes do embarque, o que facilita o planejamento financeiro da viagem. Para exemplificar, a CVC já está comercializando algumas de suas programações de viagens com preços definidos para embarques até julho de 2025”, diz a companhia.

No entanto, mesmo com a compra antecipada de um pacote para a Disney, os gastos com alimentação, compras e ingressos podem ser afetados pela cotação atual do dólar.

Embora o dólar tenha apresentado queda na sexta-feira (5), chegando a R$ 5,46, a moeda atingiu o maior patamar em dois anos e meio em relação ao real na última terça-feira (2), quando chegou a R$ 5,70.

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No site oficial da Disney, um combo de ingresso de 4 dias para pessoas a partir de 10 anos custa 396 dólares. Considerando a cotação mais recente, o valor seria de R$ 2.162,64. No ano passado, quando o dólar estava em torno de R$ 4,85, o mesmo valor equivaleria a R$ 1.920,60.

Além disso, o turista ainda precisa ter recursos para gastos com presentes e alimentação, que podem ser feitos com cartão pré-pago, cartão de crédito, contas globais ou dinheiro em espécie.

A fixação da taxa de câmbio ocorre no momento da carga no cartão pré-pago, enquanto no cartão de crédito a cotação é definida no dia da compra. O dinheiro em espécie e as contas globais permitem ao turista saber exatamente a taxa de câmbio que está sendo aplicada.

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Segundo Letícia Camargo, planejadora financeira CFP pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), o desafio para os turistas, além do dólar 12,5% mais alto em 12 meses, é a falta de previsibilidade.

“O dinheiro em espécie, assim como a conta global, dá ao turista a vantagem de já saber o câmbio que está pagando. No cartão de crédito, por exemplo, será considerado o câmbio do dia da compra mais um spread definido pelo banco. Isso gera uma incerteza quanto ao valor que será pago em reais. Não sabemos se o dólar estará mais alto no momento da viagem. Como não há expectativa de queda da moeda num curto prazo, não deve ter vantagem em aguardar uma queda da moeda durante a viagem”, explica.

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.