Como “travar” o dólar em compras e viagens internacionais

Caixa permite travar o preço da data da compra, mas essa ferramenta é opcional

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – O ano de 2019 foi de alta volatilidade para o dólar, que foi de R$ 3,66 em janeiro para um pico nominal de R$ 4,24 em novembro. E apesar da queda registrada ao longo de dezembro, muitos analistas acreditam que o dólar acima dos quatro reais veio para ficar.

Mas como fica a vida do turista que precisa de moeda estrangeira para viajar?

Desde novembro de 2016, o BC permite que instituições financeiras ofereçam a possibilidade de travar, no cartão de crédito, a cotação da moeda estrangeira com o valor do dia da compra – em vez do dia do vencimento da fatura.

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Isso porque o cliente que faz uma compra na abertura de uma nova fatura não sabe o valor que irá pagar, principalmente em meses turbulentos.

Até agora, apenas a Caixa adotou a regra nova possibilitada pelo BC – as demais instituições optaram por manter os pagamentos como eram. No caso da Caixa, o cliente pode optar pela cobrança do valor do dia da compra assim que contrata o cartão internacional. Após 90 dias, é possível alterar novamente a forma da cobrança.

Quem possui cartões de crédito de outros bancos ou digitais, na maior parte das vezes, pode utilizar a função de pagamento adiantado da fatura.

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Cada banco tem as suas regras, mas a maioria permite a geração de um boleto a qualquer momento do mês. O problema, neste caso, é ter de gastar o dinheiro antes do planejado.

Vale lembrar que nem todas as instituições travam o valor no pagamento antecipado. O cartão de crédito do Nubank, por exemplo, cobra a diferença cambial na fatura do mês seguinte caso o usuário pague antecipadamente uma compra em moeda estrangeira.

Alguns bacos têm outros artifícios para garantir que não haverá surpresas ao consumidor.

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O Itaú, por exemplo, permite que se “carregue” o cartão de crédito com dólares, euros ou libras – como se fosse um cartão de débito de viagem. Neste caso, o valor cobrado é o da data de carregamento, e não da fatura, e compras internacionais são “abatidas” do saldo pré-carregado.

Vale lembrar que travar o dólar não necessariamente significa pagar mais barato – trata-se de uma garantia ao consumidor de saber o valor da fatura em reais antes de terminar o mês, nada além disso. T

ambém é importante ter atenção às taxas cobradas pelo banco, que são diferentes dos valores oficiais de câmbio do Banco Central e calculadas pela própria instituição.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney