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Diante da maior tragédia climática do país, que alaga o Rio Grande do Sul, as maiores redes de supermercados passaram a limitar a compra de arroz por consumidor com o receio de que as enchentes na região afetem os estoques do cereal, ingrediente básico da alimentação dos brasileiros.
Segundo depoimentos de clientes, o que se observa não é a falta de itens ou prateleiras vazias, mas avisos que indicam a limitação de volumes por cliente. Redes como Extra, Assaí, Spani, Giga, Pão de Açúcar e Carrefour foram citadas nesta prática.
Apesar disso, os consumidores não precisam correr para estocar alimentos, segundo especialistas consultados. O InfoMoney lista, a seguir, 7 respostas sobre o racionamento de arroz para ajudar os consumidores neste momento de incertezas. Confira:
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1. Supermercados limitam a compra de arroz: quem recomenda esse tipo de medida?
Segundo a Abiarroz, não existe uma recomendação por parte da indústria para racionamento na venda de arroz, “de forma que a decisão parte do próprio varejo”.
2. A limitação de vendas fica em vigor até quando?
Como não há uma ordem para os supermercados adotarem a medida, não tem como cravar até quando o consumidor pode encontrar os avisos de limitação nas vendas. “A indústria não recomenda o racionamento para os supermercados, que diante da análise do seu estoque de arroz e do comportamento do consumidor no ponto de venda, deliberaram pelo mecanismo de racionamento”, diz Andressa Silva, diretora-executiva da Abiarroz, por nota.
3. O consumidor precisa estocar arroz?
Não. Os especialistas avaliam a medida como desnecessária. “As chamadas compras de pânico, com intenção de estocar arroz, atrapalham o mercado e geram a sensação de escassez do produto, pressionando o varejo a aumentar seus estoques”, afirma Andressa Silva, diretora-executiva da Abiarroz, que tem mais de 50 associadas, como Camil e Urbano.
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Por isso, a orientação é de que os consumidores adquiram os volumes habituais de arroz para consumo, permitindo que haja o fluxo natural de comercialização do cereal.
Em nota enviada ao InfoMoney, a Camil, maior fabricante de arroz do país, afirma que está acompanhando de perto a movimentação do mercado e observa “aumento na busca por alimentos básicos, como o arroz”.
“Isso é resultado do maior volume de compras pelos consumidores, que estão estocando alimentos por receio de desabastecimento, além do aumento nas compras destinadas a doações às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul”, diz a empresa.
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4. Impactos são esperados para a safra deste ano?
Em entrevista recente, o diretor financeiro e de relações com investidores da Camil, Flávio Vargas, afirmou que aproximadamente 85% da safra do grão produzido no Rio Grande do Sul já estava colhida antes das fortes chuvas, com a produção concentrada na indústria ou nos armazéns de produtores. “Nossa avaliação preliminar é de baixo impacto do fenômeno climático na produção de arroz gaúcho em virtude da colheita avançada”, disse o executivo.
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5. Há impactos pontuais na região Sul?
De acordo com Vargas, há uma dificuldade de abastecimento do arroz gaúcho no curto prazo, em virtude das questões logísticas de escoamento. “Conseguimos suprir o varejo do Nordeste pelo arroz importado ou pelo Porto de Rio Grande. Atendemos ao mercado de São Paulo por meio da fronteira oeste do Rio Grande do Sul, região de Itaqui. O maior desafio de atendimento é na região ao norte de Porto Alegre, por conta de rodovias bloqueadas”, citou.
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Apesar disso, a empresa ressalta, por nota, que compreende que essa é uma situação pontual na região e acredita que, com a retomada da logística no estado, não haverá falta de matéria-prima ou produto a médio e longo prazo.
6. Há expectativa de impacto para 2025, considerando que as colheitas desse ano serão afetadas?
Andressa Silva, da Abiarroz, afirma que ainda é cedo para avaliar o cenário para o próximo ano, que “dependerá da avaliação das perdas efetivas do arroz e impacto no volume de produção da safra atual, bem como da comercialização do produto ao longo do ano.”
7. O que dizem os mercados?
O InfoMoney entrou em contato com Assaí, Carrefour, Extra, Giga, Pão de Açúcar e Spani para questionar as limitações nas vendas e até quando o consumidor pode esperar encontrar a limitação de venda nas prateleiras.
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Em nota, o Grupo Pão de Açúcar afirmou que com o “objetivo de garantir a disponibilidade e o acesso da população a produtos essenciais, o GPA, dono das redes Pão de Açúcar e Extra, estabeleceu a limitação de quantidade de arroz e leite que podem ser comprados nas lojas do Grupo.” A ação é válida para todas as lojas, no perímetro nacional: Pão de Açúcar, Extra Mercado, Minuto Pão de Açúcar, Pão de Açúcar Fresh e Mini Extra, nos sites e apps Pão de Açúcar Mais e Clube Extra.
“O Grupo reitera, ainda, que até o momento, seus estoques estão em níveis normalizados, e que segue monitorando atentamente qualquer possível reflexo no abastecimento de produtos devido às enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul”, diz a empresa.
A reportagem aguarda os posicionamentos das demais redes supermercadistas.
*Com Estadão Conteúdo.
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