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A economia está em liquidação recorrente desde a virada do ano. Do carro zero ao iPhone 6, incluindo a casa própria, o varejo oferece descontos, dá brindes e estica prazos de pagamento, pegando carona no bom momento da inadimplência, que continua em baixa. A intenção é virar o jogo do consumo, que perde fôlego a cada dia, e evitar que as vendas afundem mais.
Em 2014, o volume de vendas do varejo restrito, sem veículos e materiais de construção, cresceu 2,2%, o pior desempenho em 11 anos. A perspectiva para 2015 é de que o consumo das famílias feche o ano com variação negativa de 0,2%, diz o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira. Ele observa que a última vez que o consumo caiu foi em 2003 (-0,8%), quando a inflação disparou e atingiu 9,3%. Neste ano, a inflação pode passar de 8%. O consumo responde por cerca de 60% do PIB.
“Forte queda na confiança, bancos mais seletivos no crédito, mercado de trabalho deteriorado e inflação em alta levam o consumidor a gastar menos”, diz Oliveira. Ele espera crescimento nulo na venda este ano.
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Na semana passada, o IBGE divulgou que as vendas no varejo restrito cresceram 0,6% em janeiro ante 2014. O fraco resultado fez a Confederação Nacional do Comércio (CNC) reduzir de 1,7% para 1% a projeção de crescimento para este ano. “Este será o pior desempenho do varejo em 12 anos”, diz o economista da CNC, Fábio Bentes.
Apesar de fraca procura por crédito – em fevereiro registrou a menor de expansão em 7 meses, segundo a Serasa -, a saída do varejo é alongar prazo para encaixar a prestação na renda e evitar que as vendas desacelerem mais, diz Bentes. Em 12 meses até janeiro, o prazo do crediário subiu 5 meses, diz o BC.
18 vezes
O Magazine Luiza, por exemplo, está vendendo iPhone 6 em 18 vezes no cartão da loja. “Estamos facilitando a compra de um dos objetos do desejo”, afirma o presidente, Marcelo Silva. Com isso, a prestação de um smartphone que custa R$ 3.499, sai por menos de R$ 200. “O ano será desafiador: o crescimento de vendas será menor”, prevê. Em 2014, a venda subiu 18,7%.
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A Lojas Cem sentiu a desaceleração este ano. Mesmo assim optou por investir em estoque, temendo alta de preço. Tem produtos suficientes para 75 dias de venda, enquanto o normal é 45 dias. “Este vai ser um ano duro”, diz o supervisor geral, José Domingos Alves. Para impulsionar as vendas, a rede mexeu nos juros. Antes vendia em até 5 vezes sem acréscimo e com juros de 4% ao mês em até dez vezes. Agora cobra 0,95% ao mês nos parcelamentos.
Com o câmbio em alta, a CVC iniciou uma campanha de pacotes para baixa temporada, com descontos de até 30%. O presidente, Luiz Falco, diz que o mercado está mais difícil e que é preciso trabalhar mais para vender. A saída foi adaptar os pacotes turísticos ao orçamento mais apertado do brasileiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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