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(SÃO PAULO) – A fabricante italiana de supercarros Ferrari, que será listada na Bolsa de Valores de Nova York no fim deste ano, está estudando nomear seu presidente do conselho, Sergio Marchionne, como CEO depois que Amedeo Felisa deixar o cargo nos próximos meses, disseram fontes informadas sobre o assunto.
Marchionne, que também é CEO da proprietária da Ferrari, a Fiat Chrysler Automobiles NV, poderá assumir plena responsabilidade da divisão antes de ela ser separada do grupo, no início de 2016, ampliando sua lista de cargos, disseram as fontes, que pediram anonimato por discutirem assuntos privados antes de um anúncio oficial. Felisa, 68, possivelmente manterá um cargo de conselheiro, disseram as fontes.
As discussões a respeito da substituição de Felisa estão em andamento e nenhuma decisão final foi tomada, disseram as fontes. A Ferrari preferiu não comentar.
O CEO da Fiat Chrysler “tem o ego, a confiança e possivelmente até mesmo a capacidade de acumular o cargo de CEO da Ferrari”, disse Erik Gordon, professor da Faculdade de Negócios Ross da Universidade de Michigan, por e-mail. “As normas não significam nada para ele”.
A Fiat Chrysler vai vender uma participação de 10 por cento na Ferrari em uma oferta pública inicial programada para outubro como parte de um plano da empresa-mãe ítalo-americana para fazer caixa. A Fiat Chrysler distribuirá sua participação restante de 80 por cento na Ferrari, que tem sede em Maranello, a investidores no início do ano que vem, tornando a fabricante de supercarros independente. Piero Ferrari, membro da família fundadora, planeja manter os 10 por cento restantes.
Marchionne disse que a divisão vale mais de 10 bilhões de euros (US$ 11,3 bilhões), mais da metade do valor de mercado da Fiat Chrysler. O executivo planeja transformar a fabricante do carro esportivo F12berlinetta, de US$ 320.000, em uma marca de luxo reconhecida, como a Prada SpA ou a Hermès International SCA.
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O arquiteto da fusão que criou a Fiat Chrysler, com sede em Londres, assumiu o posto de presidente do conselho da Ferrari no ano passado no lugar de Luca Cordero di Montezemolo, que deixou a empresa após mais de duas décadas no cargo devido a desavenças estratégicas. Algumas semanas depois disso, Marchionne delineou o plano para separar a Ferrari da Fiat Chrysler e listar as ações da unidade em Nova York. Ele, então, reformulou a direção da escuderia da Ferrari na Fórmula 1 e contratou Sebastian Vettel para o lugar de Fernando Alonso como piloto principal.
Planos de sucessão
O executivo, que completará 69 anos em outubro, planeja sua aposentadoria há meses, disseram as fontes. A Ferrari disse em um comunicado que há “planos de sucessão” de executivos importantes em andamento, mas que os substitutos poderão não ser pessoas com qualificações equivalentes.
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O número de cargos executivos ou em conselhos de Marchionne é incomum. Ele também é presidente do conselho da CNH Industrial NV, a fabricante de caminhões e tratores que se separou da Fiat em 2011; vice-presidente do conselho da Exor SpA, a holding da família Agnelli que controla a Fiat Chrysler; presidente do conselho da SGS SA, a empresa suíça de testagem de produtos que ele comandava antes de a família Agnelli contratá-lo para administrar a Fiat, e diretor independente da fabricante de cigarros Philip Morris International Inc.
Por Tommaso Ebhardt