Publicidade
SÃO PAULO – Diante das altas na inadimplência, a CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) começa a orientar os lojistas a não concederem crédito além da capacidade de pagamento do consumidor.
“A inadimplência está de tal forma que acendeu uma luz amarela. E, para o comerciante, só existe uma coisa pior do que não vender, que é vender e não receber pela venda”, afirmou em nota o presidente da confederação, Roque Pellizzaro Junior.
Para o superintendente do SPC Brasil, Nival Martins, a ideia não é deixar de conceder crédito, mas fazer os lojistas serem mais conservadores e criteriosos na análise. “A orientação é para ele ser mais conservador. Com o aumento da renda e da economia, os empresários estão menos criteriosos”, afirma.
Martins explica que a confederação apenas orienta os empresários a serem mais conservadores, mas cada um determina o critério que seguirá para conceder o crédito. “Não vamos fornecer uma fórmula. Dependerá do lojista. É uma simples orientação”, reforça.
Inadimplência
De acordo com os últimos dados do indicador Serasa de inadimplência do consumidor, a taxa de não pagamento alcançou 1,5% em abril, na comparação com março. As medidas adotadas pelo Governo para controlar o crédito e arrefecer a inflação foram consideradas as principais causas para o aumento da taxa.
Aliada a elas, a inflação também pode elevar a inadimplência, por corroer a capacidade de pagamento do consumidor. E ainda que esteja em desaceleração, a inflação, na avaliação de especialistas, ainda pode fazer com que a taxa de não pagamento continue aumentando neste ano.
Continua depois da publicidade
“Os números indicam que teremos um aumento na inadimplência nos próximos meses”, acredita Martins. Para ele, contudo, essa inadimplência não deve atrapalhar as vendas do comércio para o Dia dos Namorados.
Intenção de compra
De acordo com Pellizzaro Junior, os mais de 800 mil comerciantes associados da confederação estão sendo orientados a não conceder tanto crédito. Além do risco de não receber, o presidente da CNDL afirma que “abrir a torneira do crédito” se torna desnecessário diante da realidade do País.
“Temos visto que o brasileiro não reduziu sua intenção de compra, e vimos isso com o resultado das vendas do varejo nesse Dia das Mães, que nos surpreenderam positivamente. Não há necessidade de pressionar ainda mais o mercado”, destacou em nota.
Continua depois da publicidade
Crédito
Segundo dados divulgados na terça-feira (10) pela Serasa, a demanda do consumidor por crédito caiu 3% em abril, na comparação com março. Segundo os pesquisadores, a política de restrição de crédito e a elevação das taxas de juros influenciaram a queda. Contudo, nos quatro primeiros meses deste ano, a demanda acumula alta de 12,4%.