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SÃO PAULO – Apesar da tendência de redução observada no últimos anos, a desigualdade de renda ainda é bastante acentuada no Brasil conforme mostram os resultados do Censo Demográfico 2010. Embora a média nacional de rendimento domiciliar per capita fosse de R$ 668 no ano passado, 25% dos brasileiros recebiam até R$ 188 e metade recebia até R$ 375, valor menor que o salário mínimo daquele ano, que era de R$ 510.
As diferenças entre áreas urbanas e as rurais são visíveis. Ao observar os números do levantamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), observa-se que metade da população urbana recebia até R$ 415 em média, enquanto que esse valor recuava nas áreas rurais: R$ 170.
O Instituto explica que, como os números ainda são preliminares, considera-se apenas pessoas e domicílios de rendimento positivo, excluindo aqueles com renda zero ou sem declaração.
Muncípios
Nas cidades com até 50 mil habitantes, predominou o valor de até um salário mínimo para 75% da população. Por outro lado, naquelas com mais de 500 mil habitantes, metade da população recebia até R$ 503. A média da renda domiciliar per capita nesses municípios mais populosos era de R$ 991, mais de duas vezes auperior ao observado nas cidades com até 50 mil habitantes.
No caso das capitais, mantém-se a tendência histórica de melhores níveis de rendimento domiciliar per capita nos estados das regiões Sul e Sudeste. O maior valor, de R$ 1.573, foi registrado em Florianópolis (SC), onde metade da população recebe até R$ 900, seguida por Vitória (ES), cujos valores eram de R$ 1.499 e R$ 755, respectivamente.
Para se ter uma ideia da desigualdade, os redimentos domiciliares per capita médios de Macapá (AP), Teresina (PI), Manaus (AM), Rio Branco (AC), São Luis (MA), Maceió (AL), Boa Vista (RR) e Belém (PA) representavam 40% da renda observada na capital catarinense. Em Macapá, a pior situação das capitais, o rendimento era de R$ 631, com 50% da população recebendo até R$ 316.
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Gênero
Em termos de rendimento total (trabalho, apodentadoria, pensão, transferência, etc), os homens recebiam 42% mais do que as mulheres: R$ 1.395 contra R$ 984. Além disso, metade deles ganhavam até R$ 765, o que representa 50% a mais do que a metade das mulheres (até R$ 510).
Ao avaliar os números das cidades com até 50 mil habitantes, observa-se que os homens recebiam, em média, 47% a mais que elas: R$ 903 contra R$ 615. Já nos municípios com mais de 500 mil habitantes, os homens recebiam R$ 1.985 e as mulheres R$ 1.417, diferença de 40%.
Pobreza
Os números demonstram que em 2010, a incidência da pobreza era maior nos municípios de porte médio (10 mil a 50 mil habitantes), independentemente do indicador de pobreza monetária analisado. Enquanto a proporção média de pessoas que viviam com até R$ 70 de rendimento domiciliar per capita naquele ano era de 6,3%, nos municípios com 10 mil a 20 mil habitantes essa proporção era duas vezes maior.
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Estudo
O rendimento é um dos assuntos abordados pelos Indicadores Sociais Municipais do Censo 2010, que contemplam também outros assuntos a partir dos resultados do Questionário do Universo do Censo 2010 (aplicado a todos os domicílios recenseados), com foco na análise municipal por classe de tamanho populacional. Os indicadores estão calculados para todos os 5.565 municípios brasileiros.