Buscas de viagens ao Japão crescem após fim de visto para brasileiros; veja como aproveitar o país

Confira dicas sobre estadia, passagens e alimentação

Maria Luiza Dourado

Rua de comércio no Japão (Foto: Colton Jones/Unsplash)
Rua de comércio no Japão (Foto: Colton Jones/Unsplash)

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As buscas por destinos japoneses, a partir do Brasil, dispararam 135% em 2023 em relação ao ano anterior, segundo levantamento do buscador de viagens global KAYAK. Para a empresa, a razão para o aumento da popularidade do país asiático entre os viajantes brasileiros está relacionada à isenção de visto entre os países, que será implementada a partir de 30 de setembro.

O acordo, anunciado em agosto e oficializado por uma comunicação diplomática publicada no Diário Oficial da União, estabelece que a isenção de visto é válida para brasileiros que desejam visitar o Japão ou japoneses que queiram viajar pelo Brasil em estadias máximas de 90 dias.

Apesar do custo do visto para entrada única (mais usado por turistas) no Japão relativamente barato (R$ 111), segundo Isamu Otake, diretor da tradicional Gema Turismo, uma agência de viagens especializada no Japão com mais de 34 anos de existência e filial no país asiático, a derrubada da obrigatoriedade do visto torna a viagem mais simples.

“No fim do ano passado, por exemplo, a demanda pelos vistos foi muito alta. Nem todos os pedidos foram atendidos. Além disso, a espera para a liberação do visto estava longa: superior a um mês. Agora, com a possibilidade de viajar ao país sem visto, o tempo gasto com essa burocracia não será mais necessário”, explica.

A tendência crescente nas buscas por destinos no Japão reflete a rica cultura, as paisagens e a hospitalidade que o país oferece aos seus visitantes. “Após a liberação de vistos entre o Brasil e o Japão, já podemos ver um aumento de buscas por passagens para aquele país pelos brasileiros. A perspectiva de viajar pelo Pacífico é mais empolgante do que nunca, facilitando trocas culturais ricas e experiências inesquecíveis para todos os tipos de viajantes, demonstrando que ações simples do governo podem impulsionar toda a cadeia do turismo”, comenta Gustavo Vedovato, Country Manager do KAYAK no Brasil.

O InfoMoney lista as principais dicas para quem busca visitar o Japão, Confira:

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Destinos mais populares e hospedagem

Segundo levantamento de dados da plataforma KAYAK, os viajantes buscaram mais passagens para a capital japonesa Tóquio. A cidade anotou um aumento de 134,5% nas buscas em relação a 2022. Osaka cresceu 135,69% em relação ao ano passado e Nagoya, 31,54%.

Segundo Otake, é importante selecionar estrategicamente a cidade escolhida para hospedagem no Japão, devido aos altos preços do país. “Para quem quer economizar na hospedagem, além da busca por um hotel mais simples, é necessário prestar atenção na localização e sempre buscar cidades que fiquem num raio razoável em relação às cidades maiores”.

Uma indicação do especialista é Toyohashi, cidade na província de Aichi, que fica a uma hora de trem de Nagoya e a menos de três horas de Tóquio. “São viagens rápidas por uma malha que cobre todo o país, então, não há prejuízo na experiência de quem não se hospeda nas principais capitais japonesas. Esse turista ainda assim vai poder conhecer Nagoya, Tóquio, Quioto e outras”, explica.

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Mobilidade

Os deslocamentos no Japão podem ser feitos satisfatoriamente em trens de alta velocidade (trem-bala). Com uma malha extensa que alcança as regiões mais longínquas do país, esse deve ser um investimento a ser feito por quem visita o Japão, segundo Isamu Otake.

São disponibilizados aos turistas para compra bilhetes com viagens de trem ilimitadas no país, com validade de uma, duas ou três semanas, e em duas classes: a comum e a green (mais luxuosa).

Para adultos, os preços da classe comum variavam até o momento em:

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Contudo, segundo Isamu Otake, os valores estão prestes a serem revistos: previsão é que os preços dos bilhetes de viagens ilimitadas variem, em média, 70% a partir de outubro. No caso dos bilhetes comuns, os valores serão comercializados entre R$ 1.666,97 e R$ 3.333,93, considerando a cotação atual.

Passagens

As passagens para destinos do outro lado do mundo representam o maior peso no planejamento do viajante. No caso dos destinos japoneses, o levantamento da KAYAK mostra que a capital Tóquio, curiosamente, possui o menor valor de preço médio entre as cidades mais buscadas do país, com passagens custando R$ 6.129,00 (apenas ida).

O valor médio das passagens para Nagoya na plataforma sai a R$ 6.722,00. Já Osaka é o destino com o maior preço médio das passagens levantadas pela plataforma, saindo a R$ 7.007,00.

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Quanto mais antecedência na compra da passagem de avião, mais barata ela sairá. Outro jeito de baratear os bilhetes é usar a estratégia das conexões aéreas.

Para quem tem visto americano, a dica da Gema Turismo é buscar passagens com escala nos Estados Unidos. “Saindo dos EUA, a ida ao Japão fica mais em conta. É uma estratégia para economizar”, diz Isamu Otake.

Para quem não tem essa possibilidade, a dica é procurar voos com escala na Etiópia, que comummente são mais baratos do que voos com conexões em Dubai (Emirados Árabes) ou Istambul (Turquia).

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Alimentação

Apesar de todas as diferenças nas refeições entre Brasil e Japão, o tamanho das porções pode ser uma surpresa para os brasileiros. Para quem come mais, a dica é pedir o tamanho “para 2” do prato.

Outra diferença se dá no almoço. No Brasil, a refeição é substanciosa. Já no Japão, ela costuma ser leve e rápida. Sobre os preços, “há comida para todo os bolsos”, segundo Otake.

Para quem quiser economizar, a dica são os bentôs (que são vendidos em restaurantes, mercados e até lojas de conveniência). Bentôs são as “marmitas” japonesas. Elas contêm arroz, carne bovina ou suína, peixe, ovo e legumes cozidos. Geralmente custam entre US$ 10 e US$ 20. Ainda que o valor pareça alto, quando convertido em reais, os bentôs são mais baratos do que outros pratos, que custam ao menos 30 dólares.

Preços de pacotes

É o turista quem decidirá o padrão da viagem ao Japão, que pode ser luxuosa ou mais simples – apesar da impossibilidade de fugir de alguns gastos inevitavelmente altos, como as passagens.

Além do tempo de permanência, da cidade escolhida e das refeições, adicionar guias e tradutores no pacote é uma facilidade, já que nem toda população é fluente em inglês, mas essa mordomia pode encarecer a viagem.

Na Gema Turismo, o preço médio de uma viagem de duas semanas para um casal que inclui passagens, hospedagem, passeios, quase todas as refeições, além de um guia que fala o idioma local varia entre US$ 7 mil e US$ 9 mil (R$ 34,4 mil a R$ 44,2 mil).

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.