Brasil tem 69% de chance de vencer a Croácia nas quartas; Argentina e França também são favoritas

Até o empate é mais provável que vitória da Croácia; nos outros jogos, Argentina tem 43% de chance derrotar a Holanda e França, 39% de superar a Inglaterra

Lucas Sampaio

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O Brasil é o maior favorito a vencer nas quartas de final da Copa do Mundo do Catar e avançar para a semifinal, nos 3 jogos que já estão definidos até agora, indicam as probabilidades implícitas dos palpites feitos em sites de apostas até a manhã desta terça-feira (6).

A seleção é mais favorita contra a Croácia, atual vice-campeã mundial (69% de chance de vencer), do que a Argentina contra a Holanda (43%) e que a França contra a Inglaterra (39%). Até o empate é mais provável do que uma vitória croata (20% contra 11%), segundo os palpites feitos até o momento.

As porcentagens foram calculadas pelo InfoMoney com base nas “odds” de 3 casas de apostas esportivas (bet365, sportingbet e beftair). A probabilidade implícita de um resultado — vitória do time A, empate e vitória do time B) mostra as “odds” em porcentagens, excluindo a margem de lucro dos sites.

O último jogo da quartas de final da Copa vai ser definido hoje, nas partidas entre Marrocos x Espanha e Portugal x Suíça. Os espanhóis têm 60% de chance de vencer e os portugueses, 50% — o que indica um possível confronto ibérico na próxima fase da Copa.

Quartas de final da Copa

Caso Espanha e Portugal confirmem seus favoritismos nos jogos de hoje, as quartas de final da Copa ficarão assim:

Se passar pela Croácia, o Brasil voltará a uma semfinal após 8 anos — a última foi contra a Alemanha, em 2014 — e enfrentará o vencedor entre Argentina x Holanda. A partida está marcada para a terça-feira da próxima semana (13), às 16h.

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Apesar de vários azarões terem se classificado para as oitavas de final, eliminando seleções poderosas como BélgicaDinamarcaAlemanha e Uruguai na fase de grupos, todos perderam seus jogos e foram eliminados — exceto Marrocos, que joga agora às 12h. Já ficaram pelo caminho AustráliaCoreia do Sul e Japão.

Croácia x Brasil

Uma vitória do Brasil paga odds entre 1,36 e 1,38 (isso significa que, se você apostar R$ 100 no resultado e acertar, ganha o seu dinheiro de volta mais R$ 36 ou R$ 38). O empate paga entre 4,50 e 4,80 e uma improvável vitória da Croácia, até 9,00 (ou seja: 900% o valor apostado).

A odd é um multiplicador do valor que um apostador ganha se acertar o seu palpite e, quanto mais próximo de 1 ela está, mais provável um resultado é. Por isso, elas implicitamente apontam a probabilidade de um determinado resultado acontecer.

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Croácia x Brasil Odds Probabilidade
Resultado bet365 sportingbet betfair implícita
Vitória da Croácia 9,00 8,25 9,00 11%
Empate 4,50 4,80 4,50 20%
Vitória do Brasil 1,36 1,38 1,36 69%

Holanda x Argentina

No jogo entre Holanda x Argentina, nossos hermanos são favoritos para vencer mas com “apenas” 43% de probabilidade. O empate tem 30% de chance de ocorrer e uma vitória holandesa é o resultado menos provável (27%), segundo as casas de aposta.

É por isso que, no confronto que vai reeditar a semifinal da Copa de 2014 (e também a final da Copa de 1978), uma vitória argentina paga odds entre 2,15 e 2,20. Já o empate paga entre 3,00 e 3,20 e uma vitória dos Países Baixos, até 3,60.

Holanda x Argentina Odds Probabilidade
Resultado bet365 sportingbet betfair implícita
Vitória da Holanda 3,60 3,50 3,50 27%
Empate 3,10 3,20 3,00 30%
Vitória da Argentina 2,20 2,20 2,15 43%

Inglaterra x França

No jogo entre Inglaterra x França — uma das maiores rivalidades do futebol europeu e mundial—, a atual campeã mundial é favorita para vencer, mas com “apenas” 39% de probabilidade. O empate tem 29% de chance de ocorrer e uma vitória inglesa, 31%, o que mostra o tamanho do equilíbrio da partida.

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Inglaterra x França Odds Probabilidade
Resultado bet365 sportingbet betfair implícita
Vitória da Inglaterra 3,10 3,00 3,00 31%
Empate 3,20 3,30 3,00 30%
Vitória da França 2,37 2,35 2,40 39%

O hexa vem?

O Brasil é considerado o maior favorito para vencer a Copa do Catar e levar o hexacampeonato para a casa, segundo palpites feitos nos 3 sites de apostas consultados. Argentina e França aparecem logo atrás, seguidas por Espanha e Inglaterra (destas seleções, apenas a Espanha não avançou ainda).

Com base nas odds dos países, o time quantitativo da área de research da XP calculou a probabilidade implítica de cada seleção ser campeã. Para isso, considerou a maior chance disponível para um determinado resultado, que melhor representaria o comportamento de um torcedor fazendo uma aposta, e converteu essas chances em probabilidades (considerando a margem de lucro da casa de aposta).

Por este critério, o Brasil tem 19,28% de chance ser hexacampeão, à frente da Argentina (13,34%), da França (10,84%),  da Espanha e da Inglaterra (empatadas em 4º lugar com 9,64%). Na sequência aparecem a já eliminada Alemanha (7,23%), a Holanda (5,42%) e Portugal (empatado com a Bélgica, seleção que também já deu adeus ao torneio, com 5,10%).

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As odds (e portanto as probabilidades) podem mudar porque elas levam em conta as apostas que estão sendo feitas praticamente em tempo real. As odds e as porcentagens calculadas pela área quant da XP na tabela abaixo foram atualizadas 3 dias antes do início da Copa.

 País bet365 sportingbet betfair Odd máxima Probabilidade implícita
Brasil 4,5 4,5 4,5 4,5 19,28%
Argentina 6,5 6 6,5 6,5 13,34%
França 8 8 7,5 8 10,84%
Espanha 9 9 8,5 9 9,64%
Inglaterra 9 9 9 9 9,64%
Alemanha 11 11 12 12 7,23%
Holanda 16 13 15 16 5,42%
Bélgica 17 17 17 17 5,10%
Portugal 15 17 15 17 5,10%
Dinamarca 29 29 23 29 2,99%
Uruguai 41 41 41 41 2,12%
Croácia 51 41 36 51 1,70%
Sérvia 81 81 91 91 0,95%
Suíça 101 81 91 101 0,86%
Senegal 126 81 126 126 0,69%
Estados Unidos 151 101 126 151 0,57%
México 151 101 91 151 0,57%
Polônia 151 101 176 176 0,49%
País de Gales 201 151 126 201 0,43%
Equador 151 151 251 251 0,35%
Marrocos 201 251 301 301 0,29%
Camarões 251 251 301 301 0,29%
Japão 251 251 301 301 0,29%
Canadá 201 251 301 301 0,29%
Gana 251 251 301 301 0,29%
Coreia do Sul 251 251 301 301 0,29%
Catar 251 251 426 426 0,20%
Irã 501 501 501 501 0,17%
Austrália 351 401 501 501 0,17%
Tunísia 501 401 501 501 0,17%
Costa Rica 751 601 501 751 0,12%
Arábia Saudita 751 601 501 751 0,12%

Casas de apostas esportivas

As apostas esportivas são feitas em sites que oferecem dinheiro para quem acertar o “chute” sobre o resultado de um jogo ou uma aposta específica (pode ser até algo bastante específico das partidas, como o número de escanteios do time A ou o número de faltas em uma partida).

É um mercado gigantesco e pouco regulado no mundo inteiro, que cresce em ritmo acelerado também no Brasil. Estima-se que haja cerca de 450 sites de apostas esportivas ativos no país atualmente, movimentando valores na casa dos R$ 10 bilhões por ano.

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Para se projetarem no mercado, esses sites têm patrocinado os principais campeonatos, clubes e jogadores de futebol do Brasil e do mundo (todos os 20 times da série A do Campeonato Brasileiro têm patrocínios de sites de apostas, por exemplo).

Falta de regulamentação

O então presidente Michel Temer (MDB-SP) sancionou em dezembro de 2018 a Lei 13.756, que autoriza a operação de casas de apostas esportivas no Brasil, mas até hoje a lei não foi regulamentada, o que deixa o mercado de apostas esportivas em uma espécie de “limbo” no Brasil.

Assim, grande parte das empresas que operam hoje no país tem sede no exterior, não respondem à legislação local, não pagam impostos e podem oferecer também jogos de azar, como de cassino – que são ilegais aqui e implicam grandes riscos de dependência psicológica.

Alguns sites até oferecem recursos para seus clientes apostarem de forma mais segura. A betfair, por exemplo, tem um serviço de bloqueio temporário da conta caso o apostador perca dinheiro além de um limite e também uma página de aconselhamento para familiares e amigos reconhecerem e lidarem com alguém que possa estar se viciando. Outras casas contam com serviços semelhantes.

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Lucas Sampaio

Jornalista com 12 anos de experiência nos principais grupos de comunicação do Brasil (TV Globo, Folha, Estadão e Grupo Abril), em diversas funções (editor, repórter, produtor e redator) e editorias (economia, internacional, tecnologia, política e cidades). Graduado pela UFSC com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa.