Brasil é favorito com 19% de chance para ganhar a Copa, segundo casas de apostas; veja números

Argentina, França, Espanha e Inglaterra aparecem na sequência, de acordo com dados dos sites bet365, betfair e sportingbet

Lucas Sampaio

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O Brasil é o favorito para vencer a Copa do Mundo deste ano, que começa neste domingo (20) no Catar, segundo palpites feitos em sites de apostas esportivas on-line. Na sequência aparecem Argentina, França, Espanha e Inglaterra, segundo dados das “odds” dos sites bet365, betfair e sportingbet.

Odd é a cotação do valor que um apostador ganha se acertar o seu palpite (implicitamente, ela aponta a probabilidade de um determinado evento acontecer). Por exemplo: a odd do Brasil é 4,5 nas 3 casas de apostas consultadas. Isso significa que, se você apostar R$ 100 na vitória da seleção e isso ocorrer, você recebe o seu dinheiro apostado multiplicado pela odd (R$ 450 neste caso).

Com base nas odds dos países, o time quantitativo da área de research da XP calculou a probabilidade implítica de cada seleção ser campeã. Para isso, considerou a maior chance disponível para um determinado resultado, que melhor representaria o comportamento de um torcedor fazendo uma aposta, e converteu essas chances em probabilidades (considerando a margem de lucro da casa de aposta).

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Por este critério, o Brasil tem 19,28% de chance ser hexacampeão, à frente da Argentina (13,34%), da França (10,84%) e da Espanha e da Inglaterra (empatadas em 4º lugar com 9,64%). As lanternas são a Costa Rica e a Arábia Saudita, cada uma com 0,12% (as odds delas estão em 751).

  Odd bet365 Odd sportingbet Odd betfair Odd máxima Probabilidade implícita
Brasil 4,5 4,5 4,5 4,5 19,28%
Argentina 6,5 6 6,5 6,5 13,34%
França 8 8 7,5 8 10,84%
Espanha 9 9 8,5 9 9,64%
Inglaterra 9 9 9 9 9,64%
Alemanha 11 11 12 12 7,23%
Holanda 16 13 15 16 5,42%
Bélgica 17 17 17 17 5,10%
Portugal 15 17 15 17 5,10%
Dinamarca 29 29 23 29 2,99%
Uruguai 41 41 41 41 2,12%
Croácia 51 41 36 51 1,70%
Sérvia 81 81 91 91 0,95%
Suíça 101 81 91 101 0,86%
Senegal 126 81 126 126 0,69%
Estados Unidos 151 101 126 151 0,57%
México 151 101 91 151 0,57%
Polônia 151 101 176 176 0,49%
País de Gales 201 151 126 201 0,43%
Equador 151 151 251 251 0,35%
Marrocos 201 251 301 301 0,29%
Camarões 251 251 301 301 0,29%
Japão 251 251 301 301 0,29%
Canadá 201 251 301 301 0,29%
Gana 251 251 301 301 0,29%
Coreia do Sul 251 251 301 301 0,29%
Catar 251 251 426 426 0,20%
Irã 501 501 501 501 0,17%
Austrália 351 401 501 501 0,17%
Tunísia 501 401 501 501 0,17%
Costa Rica 751 601 501 751 0,12%
Arábia Saudita 751 601 501 751 0,12%

As odds (e portanto as probabilidades) podem mudar porque elas levam em conta as apostas que estão sendo feitas. As odds e as porcentagens calculadas pela área quant da XP na tabela foram atualizadas na noite de quinta-feira (17).

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Casas de apostas esportivas

As apostas esportivas são feitas em sites que oferecem dinheiro para quem acertar o “chute” sobre um resultado de um jogo ou uma aposta específica (pode ser até o número de escanteios do time A ou de faltas em uma partida).

É um mercado gigantesco e pouco regulado no mundo inteiro, que cresce em ritmo acelerado no Brasil. Estima-se que haja cerca de 450 sites de apostas esportivas ativos no país atualmente, movimentando valores na casa dos R$ 10 bilhões por ano.

Para se projetarem no mercado, esses sites têm patrocinado os principais campeonatos, clubes e jogadores de futebol do Brasil e do mundo (todos os 20 times da série A do Campeonato Brasileiro têm patrocínios de casas de apostas).

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Falta de regulamentação

O então presidente Michel Temer (PMDB-SP) sancionou em dezembro de 2018 a Lei 13.756, que autoriza a operação de casas de apostas esportivas no Brasil, mas a lei até hoje não foi regulamentada, o que deixa o mercado de apostas esportivas no Brasil em uma espécie de “limbo”.

Assim, grande parte das empresas que operam hoje no país tem sede no exterior, não respondem à legislação local, não pagam impostos e podem oferecer também jogos de azar (como de cassino) – que são ilegais no Brasil e implicam grandes riscos de dependência psicológica.

Buscando evitar que a diversão vire compulsão, algumas casas oferecem recursos para seus clientes apostarem de forma mais segura. A Betfair, por exemplo, tem um serviço de bloqueio temporário da conta caso o apostador perca dinheiro além de um limite e também uma página de aconselhamento para familiares e amigos reconhecerem e lidarem com alguém que possa estar se viciando. Outras casas contam com serviços semelhantes de jogo responsável.

Análise da XP

Além de calcular as probabilidades dos sites de casas de apostas esportivas, o time de estratégia quant da XP resolveu fazer seus próprios cálculos e chegou a uma resposta um pouco diferente: que as 5 seleções com maior probabilidade de serem campeãs são Argentina, Bélgica, Brasil, Holanda e Espanha.

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As simulações apontaram uma má notícia para os brasileiros: a final mais provável ​​é Argentina x França, com os nossos hermanos com 55% de probabilidade de conquistarem o título (o que não acontece desde 1986).

Segundo o research da XP, o Brasil até é o país com a maior chance de ser campeão se chegar na final (63%), mas é apenas o 6º colocado em probabilidade de sobreviver até o jogo mais importante da Copa no Catar.

A equipe de estratégia quantitativa aponta a Holanda e a Argentina como os países com as maiores chances de irem à final (18,8% e 18,4%, respectivamente), seguidas de França (17,4%), Bélgica (16,7%), Inglaterra (15,7%) e Brasil (15,4%).

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Probabilidade de chegar à final:

  1. Holanda: 18,8%
  2. Argentina: 18,4%
  3. França: 17,4%
  4. Bélgica: 16,7%
  5. Inglaterra: 15,7%
  6. Brasil: 15,4%
  7. Espanha: 14,2%

Se o Brasil chegar lá, aí sim é favorito: a seleção tem 63% de chance de levar o hexa e fica à frente da Argentina (61%) e da Espanha (59%) neste quesito. Segundo as projeções, a seleção tem 87,9% de probabilidade de passar para as oitavas-de- final, 59,3% de avançar às quartas, 29,8% de chegar à semifinal e 15,4% de alcançar a tão esperada final (o que não acontece desde 2002).

Equipe de análise quantitativa da área de research da XP calcula as chances das seleções na Copa do Mundo (Reprodução/XP)

Metodologia da XP

A XP diz que as probabilidades foram feitas com uma metodologia de “machine learning” e raspagem de dados, na qual foram simulados diversos cenários. Os analistas usaram dados de características das equipes, posições em rankings e desempenho em partidas recentes para construir “um modelo de regressão logística multinominal, que estima a probabilidade de cada resultado para cada partida”.

O modelo simulou a relação entre esses dados e o resultado (vitória, derrota ou empate), a partir de dados de 820 partidas extraídas do Sofascore, incluindo torneios anteriores, eliminatórias e amistosos. Também foram adicionados os rankings da Fifa e Elo, “bem como a diferença das estatísticas médias entre as equipes, para tentar inferir sobre o resultado da partida, presumindo que uma diferença menor entre as duas equipes leva a um jogo mais equilibrado”.

O relatório é assinado pelos analistas quantitativos Julia Aquino e Thales Carmo; pela estrategista de ações, Jennie Li; e pelo estrategista-chefe e líder do research, Fernando Ferreira (acesse aqui o relatório completo).

Lucas Sampaio

Jornalista com 12 anos de experiência nos principais grupos de comunicação do Brasil (TV Globo, Folha, Estadão e Grupo Abril), em diversas funções (editor, repórter, produtor e redator) e editorias (economia, internacional, tecnologia, política e cidades). Graduado pela UFSC com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa.