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SÃO PAULO – Desde a sua primeira edição no Brasil, em 2010, a Black Friday enfrentou diversos desafios para se consolidar no calendário varejista do país. A campanha precisou superar a desconfiança do consumidor e forçou uma readaptação e estruturação dos players locais para atender à demanda do público pelas ofertas promovidas.
A estimativa do e-commerce para 2019 é um faturamento de R$ 3,07 bilhões – uma alta de 18% na comparação com 2018 -, segundo a consultoria Ebit/Nielsen, que ainda aponta uma variação de 15% nos pedidos, de 3% do ticket médio e um aumento de 10% no número de consumidores únicos, chegando a 2,65 milhões.
O crescimento da data ao longo dos anos seguiu acompanhado da mudança do perfil do consumidor brasileiro, que se tornou mais exigente em relação às ofertas da Black Friday.
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Dados do Reclame AQUI – plataforma de reclamações contra empresas sobre atendimento, compra, venda, produtos e serviços – revelam que, nas últimas três edições do evento, os principais motivos de reclamação dos consumidores foram relacionados a propaganda enganosa ou maquiagem de preço.
Esses números, para Felipe Paniago, diretor de operações do site, indicam que o brasileiro entendeu a dinâmica do evento e passou a realizar pesquisas e comparar preços, além de exigir melhores descontos. Apesar disso, o diretor aconselha que o período não é o ideal para ter novas experiências de consumo, principalmente no e-commerce, devido às fraudes.
“Muita gente se aproveita da data para criar golpes, então, não é uma hora boa do consumidor arriscar de comprar numa loja que nunca comprou ou que não existe muitas informações sobre ela na internet”, diz.
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Em 2013, ano de início do monitoramento, as principais queixas eram de instabilidade nos sites e ausência de estoque dos produtos.
As edições seguintes foram marcadas pela diminuição das queixas relacionadas aos problemas técnicos, como os de acesso aos sites, fila de espera e sumiço de produtos do carrinho virtual em relação às reclamações de preços enganosos e frete abusivo, ao ponto que as denúncias de problemas na entrega aumentavam.
No último ano, o site registrou 4.200 reclamações ante às 3.500 de 2017, no período de 18h da quinta-feira até o fim da sexta – um aumento de 20% -, tendo entre as principais denúncias: propaganda enganosa (14,2%); divergência de valores e problemas na finalização de compra (7,6%).
Entre os produtos que mais foram motivos de reclamações dos consumidores no site estão os smartphones e celulares (11,6%), seguida pelas TVs (5,3%) e passagens aéreas (4,7%).
Confira, abaixo, as 10 empresas com mais queixas na BF, segundo o Reclame AQUI:
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Empresa | Número de reclamações |
1. Americanas.com – Loja Online | 306 |
2. Casas Bahia – Loja Online | 247 |
3. Netshoes | 160 |
4. Magazine Luiza – Loja Online | 152 |
5. iFood | 146 |
6. Ponto Frio – Loja Online | 135 |
7. Carrefour – Loja Online | 119 |
8. Carrefour – Loja Online | 99 |
9. Extra.com.br | 91 |
10. Submarino | 90 |
*Dados das 11h do dia 21/11/2018 às 23h59 de 23/11/2018
Amadurecimento
Do início marcado pela desorganização dos varejistas até a popularização da campanha, que hoje é considerada como a mais importante do e-commerce nacional, os empresários brasileiros precisaram aprender com os erros e acreditar de verdade na campanha.
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Para Thiago Sarraf, fundador da consultoria Dr. e-commerce, houve uma mudança de percepção nos players que aproveitam do momento para vender mais, e não garantir volume, como era visto inicialmente.
Parte desse sucesso, de acordo com o consultor, é devido aos fornecedores entenderem que os varejistas precisavam se planejar a longo prazo para atender à demanda dos consumidores. “Ter tempo para negociar condições comerciais com a indústria, distribuidoras, meios de pagamento, tecnologia e outros agentes é fundamental para garantir o sucesso das promoções”, explica.
Paniago reforça que uma maior consciência das condições do país melhoraram a entrega. “Abrasileiramos a campanha, porque aqui não temos condições de dar descontos de 80, 90%, como ocorre nos Estados Unidos. É um outro mercado, e, por isso, o começo da Black Friday no Brasil foi bastante complicado. Os varejistas se tornaram mais transparantes nos processos, sobretudo, nos prazos de entrega para gerar menos desconfianças”, explica.
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Do outro lado, clientes mais exigentes e cientes das suas possíveis escolhas durante o evento forçou também uma mudança na postura dos lojistas. “O próprio consumidor sentencia essas empresas na internet e o impacto disto é muito maior para os lojistas”, aponta.
Denunciar práticas abusivas é o melhor caminho sempre, segundo Felipe Paniago, diretor do Reclame AQUI, que estará de plantão a partir desta quinta-feira (28) até o sábado (30) no site e nas redes sociais recebendo queixas dos consumidores. Outra novidade para Black Friday 2019 é o canal de denúncia pelo WhatsApp (11) 97062-2753, que conforme a empresa está em operação desde abril e representa um aumento de 12% no volume de reclamações do site.
Para evitar fraudes e garantir uma boa compra, o Serasa Consumidor, serviço do Serasa Experian, irá oferecer consultas grátis para CNPJ e/ou CPF de empresas ou pessoas prestadoras de serviço por 03 dias, a partir desta sexta-feira.
Após realizar cadastro no site da instituição, o consumidor terá acesso a informações como: ações judiciais, situação na Receita Federal e pendências comerciais, por exemplo.
Em funcionamento especial por causa das promoções, o Procon-SP, além de manter uma lista atualizada com sites que devem ser evitados nesta Black Friday, irá estender seu atendimento via site, a partir das 8h de quinta (28) e em qualquer horário pelo aplicativo. O atendimento por telefone, através do número 151, segue até às 22 horas de sexta (29), com suspensão do atendimento na madrugada de sexta das 2h e retorno às 6 horas da manhã.
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