Publicidade
O sistema de degelo do avião ATR-72 da Voepass, que caiu em Valinhos (SP) causando a morte de 62 pessoas, apresentou falhas em ao menos seis ocasiões no mês de julho de 2023, apontam relatórios internos da companhia aérea, obtidos pelo jornal O Globo. Especialistas apontam que problemas no sistema de degelo podem ter contribuído para o acidente. A Voepass afirmou que, na época, as falhas foram corrigidas e que o sistema estava funcionando no dia do acidente.
Segundo o jornal, os documentos mostram que, em pelo menos uma oportunidade, a companhia não acatou uma recomendação de não realizar voos para o Sul, onde as condições climáticas podem ser mais adversas. Apesar do alerta, o avião seguiu para Porto Alegre no mesmo dia, onde novamente o sistema de degelo foi apontado como inoperante, diz O Globo.
Segundo o jornal, a Voepass disse que reparou imediatamente o sistema de degelo após a identificação de falha em outro dia daquele mesmo mês. A empresa afirmou que a aeronave estava em condições de voo no dia do acidente e que o sistema de degelo estava operante.
O sistema de degelo do ATR faz parte da lista MEL (Lista de Equipamentos Mínimos), que permite a decolagem com determinados itens inoperantes, desde que sejam seguidas condições específicas. Inspeções em solo identificaram problemas na aeronave, de matrícula PS-VPB, em bases como Ribeirão Preto (SP), Porto Alegre (RS) e Congonhas (SP).
Além disso, outros problemas, como o limpador de para-brisa quebrado e uma pane no sistema de alerta de aproximação em solo, foram registrados. Nos dias seguintes, novas inspeções continuaram a identificar falhas no sistema de degelo, além de outros componentes.
No dia do acidente, a aeronave enfrentou uma massa de ar polar e fumaça de queimadas, atravessando nuvens de baixíssimas temperaturas, o que pode ter contribuído para a formação de gelo nas asas, o que é apontado como possível motivo da queda.