Austrália, Coreia, Marrocos e Japão são as maiores zebras nas oitavas da Copa; veja todos os confrontos

Probabilidade de australianos avançarem era de apenas 17,2%; Bélgica (que tinha 84,4% de chance), Dinamarca (78,7%) e Alemanha (64,9%) ficaram pelo caminho

Lucas Sampaio

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Austrália, Coreia do Sul, Marrocos e Japão são os maiores azarões da Copa do Mundo do Catar até agora. As quatro seleções tinham menos de 35% de chance de avançar para as oitavas de final, segundo relatório publicado pelo research da XP na véspera do início do torneio.

A probabilidade de a Austrália passar da fase de grupos era de apenas 17,2%, mas a única seleção da Oceania na Copa desbancou a Dinamarca e a Tunísia no grupo D (e a estatística) e agora vai enfrentar a poderosa Argentina — uma das favoritas ao título.

A Coreia do Sul, que tinha só 21,9% de chance de avançar, deixou para trás o bicampeão Uruguai e a seleção de Gana. Já o Marrocos tinha 28,6%, mas tirou do mata-mata a Bélgica (uma das favoritas ao título e que tinha 84,4% de probabilidade de passar para as oitavas).

O Japão, por sua vez, tinha só 34,9% de chance de se classificar, pois caiu em um grupo com 2 campeãs mundiais: a Espanha e a Alemanha. Mas os japoneses ganharam das 2 seleções europeias e agora vai pegar a Croácia na próxima fase.

Equipe de análise quantitativa da área de research da XP calcula as chances das seleções na Copa do Mundo de passar da fase de grupos (Reprodução/XP)

Na outra ponta, Holanda (88,7%), França (88,2%), Brasil (87,9%) e Argentina (87,3%) eram as seleções que tinham a maior probabilidade de passar da fase de grupos, segundo o relatório da XP (e confirmaram seu favoritismo).

Entre as maiores decepções da Copa do Catar, Bélgica (84,4%), Dinamarca (78,7%), Uruguai (66,7%) e Alemanha (64,9%) foram as seleções com as maiores chances de avançar que ficaram pelo caminho, eliminadas ainda na primeira fase (os belgas tinham 16,7% de probabilidade de chegar até a final, mais até do que a seleção brasileira).

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A análise feita pela equipe de estratégia quantitativa apontava que o Brasil era apenas o 6º colocado em possibilidade de chegar à final da Copa. As simulações apontavam que a seleção até tem 63% de cheance de levar o hexa se chegar no jogo decisivo, mas “apenas” 15,4% de probabilidade de sobreviver na competição até o fim (veja mais abaixo sobre a metodologia do estudo).

Esses números não levam em conta os jogos da primeira fase, pois o levantamento foi feito antes da Copa. O relatório apontava que a Austrália tinha apenas 0,4% de chance de chegar à grande final, empatada com o Catar e à frente apenas de Tunísia (0,2%), Camarões (0,1%) e Arábia Saudita (0,1%) — seleções que já estão fora do torneio, como era previsto.

Equipe de análise quantitativa da área de research da XP calcula as chances das seleções na Copa do Mundo (Reprodução/XP)

Jogos das oitavas da Copa

As oitavas de final da Copa do Mundo do Catar começam já neste sábado (3), com a Argentina enfrentando a zebra Austrália e a também favorita Holanda jogando contra os Estados Unidos. Já o Brasil joga contra a Coreia do Sul na segunda (5).

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Falando em zebras, a Argentina foi surpreendida pela Arábia Saudita na primeira fase e perdeu logo na estreia, na maior zebra do torneio até agora (há quem diga que o resultado foi inclusive a maior zebra da história das Copas).

Veja abaixo os dias e horários das partidas das oitavas:

O que previa o estudo?

A projeção da equipe quant da XP apontava que os confrontos das oitavas de final seriam um pouco diferentes. Segundo o estudo, as oitavas de final mais prováveis eram:

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Mas os modelos “cravaram” apenas 2 dos 8 jogos (Senegal x Inglaterra e Suíça x Portugal), e 6 das 16 seleções não se classificaram (Irã, Dinamarca, Uruguai, México, Alemanha e Bélgica).

Segundo as projeções feitas pela XP antes do início da Copa, as seleções que têm maior probabilidade de se classificar para as quartas, levando-se em consideração as que de fato avançaram para as oitavas, são: Brasil (59,3%), França (54,7%), Argentina (54,5%), Holanda (54,4%), Espanha (49,0%), Portugal (47,7%), Inglaterra (46,2%) e Croácia (30,9%).

Se os favoritismos se concretizarem, as quartas de final da Copa do Catar serão entre:

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Continuando nas projeções, avançariam para as semifinais Holanda (32,3%), Espanha (30,6%), Brasil (29,8%) e França (28,7%), e os confrontos seriam entre:

Destas 4 seleções, as 2 com as maiores chances de avançarem à final são Holanda (18,8%) e França (17,4%), o que indica que poderemos ter mais uma final europeia na Copa (em 2018, na Rússia, a decisão foi entre França e Croácia).

Caso isso ocorra, o estudo previa que a Holanda tinha 56,7% de ser campeã se chegasse à final, e a França, só 48,7%. Mas a tradição poderia pesar no confronto, pois os franceses são os atuais campeões mundiais e já conquistaram o título 2 vezes (eles ganharam também em 1998, na final contra o Brasil).

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Já os holandeses nunca ganharam uma Copa, apesar de terem chegado 3 vezes na decisão (eles foram finalistas em 1974, 1978 e 2010, mas perderam da Alemanha Ocidental, da Argentina e da Espanha, respectivamente).

Metodologia do estudo

A XP diz que as probabilidades do estudo foram feitas com metodologia de “machine learning” e raspagem de dados, na qual foram simulados diversos cenários. Os analistas usaram dados das equipes, posições das seleções em rankings e desempenho em partidas recentes para construir “um modelo de regressão logística multinominal, que estima a probabilidade de cada resultado para cada partida”.

O modelo simulou a relação entre esses dados e o resultado (vitória, derrota ou empate), a partir de dados de 820 partidas extraídas do Sofascore, incluindo torneios anteriores, eliminatórias e amistosos. Também foram adicionados os rankings da Fifa e Elo, “bem como a diferença das estatísticas médias entre as equipes, para tentar inferir sobre o resultado da partida, presumindo que uma diferença menor entre as duas equipes leva a um jogo mais equilibrado”.

O relatório é assinado pelos analistas quantitativos Julia Aquino e Thales Carmo; pela estrategista de ações, Jennie Li; e pelo estrategista-chefe e líder do research, Fernando Ferreira (acesse aqui o relatório completo). “Tentamos estimar qual será o desfecho do evento esportivo mais aguardado pelo brasileiro”, disse Ferreira na ocasião. “Resta torcer e acompanhar para saber se os números vão falar por si”.

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Lucas Sampaio

Jornalista com 12 anos de experiência nos principais grupos de comunicação do Brasil (TV Globo, Folha, Estadão e Grupo Abril), em diversas funções (editor, repórter, produtor e redator) e editorias (economia, internacional, tecnologia, política e cidades). Graduado pela UFSC com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa.