Após suspensão, casas de câmbio voltam a vender moeda; dólar turismo passa de R$ 4

Noticiário político fez com que o dólar futuro disparasse e operações fossem paralisadas

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – A compra de moeda estrangeira em casas de câmbio brasileiras ficou paralisada na manhã desta quinta-feira, reflexo das denúncias contra noticiadas na noite de quarta-feira. Ao entrar em sites de casas de câmbio ou contatar lojas por telefone, o InfoMoney se deparou, em quase todos os casos, com operações descontinuadas indefinidamente ou páginas fora do ar. 

A partir do início da tarde, as corretoras e casas de câmbio voltaram a negociar moeda estrangeira, mas os valores chegavam perto de R$ 4 em quase todos os casos. Para cartão pré-pago, chegavam a R$ 4,15. Na semana passada, a moeda bateu a mínima de quase dois meses, em R$3,09 para o dólar comercial. 

A indefinição política fez com que o dólar futuro batesse, pela manhã, o limite máximo permitido de R$ 3,3235 para este pregão, o que desencadeou nessa reação das lojas de moedas – há limite diário de 6%, para cima ou para baixo, segundo a B3. 

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Nesse momento, sites de algumas das casas, quando no ar, mostravam avisos de pausa nas atividades e, em alguns casos, vendas excepcionalmente para casos extraordinários. 

A Confidence Câmbio, por exemplo, incluiu em sua página um aviso de que apenas a venda para casos “emergenciais” seria realizada, e só em dólar americano e euro. “Orientamos que todos os clientes que tiverem condições de postergar a compra, aguardem a definição do mercado”, dizia o aviso. Por volta das 11h50, a Confidence voltou a operar, seguindo “a cotação do dia”. A moeda chegou a R$ 3,54. 

Quando funcionavam, as corretoras avisavam que os valores de hoje estão acima do normal e sugeriam que se aguarde “novidades”. Em um caso, a atendente disse estar “esperando a decisão do banco, que não quer vender agora”, mas que venderia a R$ 3,50 naquele momento. Às 15h51, essa mesma casa vendia a moeda a R$ 3,55. 

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Especialistas consultados pelo InfoMoney confirmaram que este não é o momento de compra de moedas, mesmo após o retorno das operações. O mais prudente, segundo eles, é aguardar maior estabilidade nas transações ou dividir a compra para viagens em partes.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney