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SÃO PAULO – Quando fundaram a JFL Realty, uma incorporadora e gestora de ativos imobiliários, em 2015, seus sócios – entre eles, Jorge Felipe Lemann, filho do empresário Jorge Paulo Lemann – apostaram que nem todos os brasileiros são assim tão fãs de imóveis.
Em vez de vender os apartamentos que lança, a empresa os aluga, e faz isso de um jeito pouco comum no Brasil: as unidades “saem de fábrica” totalmente mobiliadas (inclusive com louças, quadros e roupas de cama), e o aluguel inclui serviços como wi-fi, TV a cabo, faxina e até café da manhã.
“Uma parcela da população não quer necessariamente ser dona de bens. Quer usufruir”, diz Carolina Burg, sócia-fundadora da JFL.
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De 2015 para cá, a JFL entregou um empreendimento, o edifício VHouse, na zone oeste de São Paulo, e está prestes a concluir outro na Vila Olímpia, também na capital paulista. Outros dois estão em obras e um está em fase de aprovação – todos em São Paulo. Esses projetos somam 610 unidades, e o plano é chegar a 800 até 2020.
Algo que os sócios descobriram nesse período: a demanda por imóveis com mais de 100 metros quadrados é maior que a procura pelas unidades menores. “Nossos apartamentos grandes são mais caros por metro quadrado”, diz Guilherme Vilazante, outro sócio da JFL.
Para Vilazante, a onda dos imóveis pequenos, de até 40 metros quadrados, aconteceu por uma questão de preço: ou porque as pessoas ficaram sem dinheiro em meio a crise ou porque quiseram se enquadrar nas regras do FGTS.
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De R$ 7.500 a R$ 30.000 por mês
A JFL é uma das poucas empresas do Brasil especializadas em “long stay”, um tipo de aluguel residencial geralmente voltado para pessoas que estão temporariamente numa cidade, como expatriados e estudantes. Se não querem morar em hotéis e flats, podem buscar imóveis já mobiliados, com contratos curtos de locação.
Mas o público também inclui quem está atrás de comodidade. “Nossos clientes são mais que isso, são fãs”, diz Jorge Felipe Lemann, conhecido como Pipo.
E financeiramente, vale a pena alugar esses apartamentos com tudo já incluído?
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No cálculo de Carolina Burg, quem pretende viver num mesmo lugar por apenas três anos, no máximo, faz um negócio melhor se morar de aluguel no esquema da JFL do que se gastar para mobiliar um apartamento e ainda pagar à parte pelos serviços que a empresa oferece. “Nem sempre a mobília é reaproveitada num outro imóvel”, afirma.
É claro que isso depende do perfil de cada morador, mas seguem os valores para os interessados em conferir a conta. No empreendimento da Vila Olímpia, os preços do “pacote” (aluguel, condomínio, IPTU e serviços) dos apartamentos já mobiliados variam de R$ 7.500 a R$ 30.000 por mês. Os tamanhos variam de 42 a 128 metros quadrados.
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