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Novas interrupções no serviço de energia foram registradas na cidade de São Paulo na terça-feira (14). O problema começou na segunda (13), afetando a circulação de trens e o fornecimento em diferentes bairros da capital. De acordo com a concessionária Enel, que atende 24 cidades da região metropolitana, isso decorre de oscilações de tensões.
A ISA CTEEP, empresa responsável pelo sistema de transmissão na maior parte do estado, detectou que uma sobrecarga pelo alto consumo diante da onda de calor reduziu a tensão. Na segunda, segundo a companhia, houve, por exemplo, aumento de 36% do consumo de energia na região da Avenida Faria Lima, na comparação com a semana passada.
Há menos de uma semana, um apagão, após um temporal atingir o estado, deixou mais de 2,1 milhões residências atendidas pela Enel sem energia elétrica, algumas por mais de 140 horas.
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O técnico de informática Flávio Kaden mora na zona leste paulistana e aponta que, na segunda-feira, foram cinco interrupções no fornecimento. “Desde aquela chuva [do dia 3 de novembro], fica piscando a luz. Parece que não está aguentando a energia. Parece que todo mundo liga, a luz começa a ficar bem fraquinha, depois cai, e aí ela volta. Continuar assim vai dar defeito no meu HD. Complicada essa energia.”
Metrô
O sistema de transporte sobre trilhos também enfrentou problemas na segunda. No metrô, equipamentos que dependem de alimentação elétrica falharam. Alex Santana, diretor da Federação Nacional dos Metroferroviários, explica como a limitação de energia afetou a operação.
“Acaba diminuindo o desempenho do trem na questão do inversor e também queda na iluminação dentro dos carros, desligamento de alguns equipamentos e, principalmente, desligamento de equipamentos de ar-condicionado. Mas mais do que isso, se tiver vários conversores fora de serviço, o trem não tem condição de seguir viagem. No caso, teve trem que precisou recolher para não continuar a viagem e correr o risco de ser rebocado”, relatou.
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Em um comunicado interno, o Metrô atribuiu as falhas ao fornecimento de energia pela Enel. Na terça-feira (14), um pico de energia interrompeu o funcionamento de escadas rolantes e do ar-condicionado de, pelo menos, uma linha de trem.
Rio de Janeiro
As falhas afetam também cidades no interior do Rio de Janeiro que são abastecidas pela Enel. Carlos Eduardo Padilha, gerente de uma loja de materiais elétricos, em Aparibé, conta que a interrupção no fornecimento ocorre diariamente, mas piorou na segunda-feira.
“Há duas semanas, na parte da tarde, sempre cai a energia e volta. Sempre umas três vezes. Só que hoje caiu na parte da tarde [de segunda-feira] e até agora nada [no começo da noite]. E não tem previsão para voltar. E está sendo bem complicado. Tanto eu, que trabalho em estabelecimento, quanto a cidade toda, sem energia. Tudo fechou na parte da tarde, todo mundo pro lado de fora [dos imóveis]”. Foram relatados problemas em pelo menos outras sete cidades fluminenses.
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O que diz a Enel?
Sobre as falhas no interior fluminense, a concessionária disse que o fornecimento foi regularizado e atribuiu a falha à transmissora de energia, a Furnas, administrada pela Eletrobras. Em nota, a Furnas confirmou falhas na transmissão de energia, na segunda-feira (13), para a região de Campos, no norte do estado.
Sobre as falhas na região metropolitana de São Paulo, a Enel disse que foram registrados dois picos de energia na segunda-feira. Na terça-feira (14), foram constatadas oscilações de tensão em alguns bairros da capital, gerando interrupção para alguns clientes. “Foram solicitados ajustes de tensão no sistema da companhia de transmissão ISA CTEEP, sendo concluído às 16h40”, informou em nota a concessionária.
Em nota, a ISA CTEEP confirmou um aumento de 36% do consumo de energia na segunda-feira (13) e atribuiu ao uso de aparelhos de ar-condicionado. Já a falha no metrô de São Paulo a Enel diz que não é sua responsabilidade. A falha na Linha 9 do trem, na terça-feira, foi também atribuída a um pico de energia.
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A Enel não informou quantos consumidores podem ter sido afetados pelo problema.