Como a inteligência artificial está transformando a experiência do investidor?

Ao estudar o comportamento dos investidores com IA generativa, as instituições conseguem propor ações de marketing hiperpersonalizadas

Zeca Doherty

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Em novembro, completou-se dois anos desde o lançamento do ChatGPT, o chatbot que trouxe a inteligência artificial generativa para o cotidiano das pessoas e redefiniu prioridades de negócios em diversos setores. O impacto da IA ainda está sendo mensurado conforme ela evolui e é aplicada pelas empresas, mas o potencial para transformar serviços e experiências é enorme.

As instituições financeiras estão entre as primeiras a adotar essa tecnologia em benefício dos investidores, buscando acelerar processos internos e aumentar a personalização dos serviços. Com o uso de dados históricos dos clientes, por exemplo, a IA consegue personalizar recomendações financeiras e ajustar carteiras de investimentos conforme o perfil e os objetivos de risco de cada investidor.

A expectativa do brasileiro sobre o uso de IA é alta: uma pesquisa da Ipsos mostrou que 56% têm uma visão positiva sobre a tecnologia e acreditam no seu potencial para aprimorar produtos e serviços.

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Hoje, o uso da IA nos serviços financeiros vai bem além do básico e já engloba desde a criação de relatórios e a produção de dados resumidos até estratégias personalizadas de marketing, com foco na experiência do cliente. Ao estudar o comportamento dos investidores com IA generativa, as instituições conseguem propor ações de marketing hiperpersonalizadas.

Um exemplo disso é a análise de sentimentos e comportamentos com base em opiniões nas mídias sociais. Com a interpretação desses dados, a IA entende melhor as necessidades dos clientes e ajuda as empresas a oferecerem produtos e serviços mais adequados, melhorando a qualidade do atendimento.

Chatbots habilitados por IA para oferecer atendimento ágil, 24 horas por dia, já são uma realidade. Instituições financeiras ao redor do mundo têm apresentado cases de sucesso com chatbots avançados, mostrando ganhos tanto na experiência do cliente, quanto na produtividade dos colaboradores, que podem dedicar-se a tarefas menos repetitivas enquanto a IA otimiza a produção de conteúdo em grande escala.

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Outra área em destaque é o processamento de linguagem natural, que permite às empresas atenderem consultas dos clientes por voz, texto ou áudio, oferecendo uma comunicação mais interativa. Isso faz com que o investidor pergunte, por exemplo, “qual é a minha posição em tal ação?” ou “qual o melhor ETF do mercado?” e obtenha respostas em tempo real.

E a inovação não para aí. A IA generativa também pode reduzir para alguns segundos o tempo necessário para mapear a situação financeira de um cliente, analisando classes de ativos e fornecendo uma visão unificada. Esse recurso é especialmente útil para investidores institucionais, empresas de private equity, clientes corporativos e indivíduos com grandes volumes de investimentos.

Em termos de segurança, a IA já está sendo utilizada para monitorar transações e padrões de comportamento, visando a detecção precoce de fraudes para mitigar riscos. Processos tributários e contábeis também são otimizados com IA para reduzir a burocracia, facilitando o cumprimento de obrigações fiscais para os investidores.

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Além de todas essas soluções, já desponta a próxima fronteira da inteligência artificial generativa: os agentes de IA. Esses sistemas autônomos combinam habilidades de raciocínio, planejamento e execução de tarefas e têm o potencial de automatizar processos complexos, como a compra de ações, refinanciamento de dívidas, declaração de impostos e gestão de patrimônio.

E você, investidor, está pronto para essa transformação? Talvez algumas das aplicações de IA nos mercados financeiro e de capitais mencionadas neste artigo sejam novidade para você, mas o fato é que há muitas soluções baseadas em IA aplicadas nas diversas áreas das instituições financeiras. Em comum, todas elas buscam oferecer uma melhor experiência para os clientes, com respostas rápidas e serviços cada vez mais adaptados às necessidades deles.

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Zeca Doherty

Diretor-executivo da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) desde 2012.