Não há mais espaço para empresas alheias aos dilemas da sociedade

Valéria Café, diretora de Vocalização e Influência do IBGC, ressalta a importância da ética como elemento condutor das políticas de governança corporativa

Um Brasil

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Num mundo onde a informação prolifera, o consumidor se tornou mais exigente, de modo que não há mais espaço para empresas pouco transparentes e que evitam se posicionar a respeito de problemas sociais e assuntos de interesse público.

Por isso, na visão de Valéria Café, diretora de Vocalização e Influência do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), os negócios, independentemente do porte, precisam, cada vez mais, revisar os impactos de suas atividades em relação ao contexto socioambiental no qual estão inseridos.

“O consumidor espera que a empresa seja um agente de transformação, que o CEO diga o que pensa e deixe claro qual é o posicionamento do negócio sobre determinado assunto”, afirma a executiva, em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP.

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“Não tem como estar alheio [à sociedade]. Não cabe mais achar que basta não falar que vai continuar vendendo os seus produtos. Hoje em dia, entendemos que não se posicionar é um posicionamento”, acrescenta.

Valéria ressalta que o acesso facilitado à informação mudou o comportamento do consumidor. Como consequência, pautas que reforçam o papel das empresas na vida da população, como a agenda ESG (meio ambiente, social e de governança), ganharam tração, influenciando, na ponta, decisões de compra.

“Cada vez mais, temos um consumidor mais consciente que exige que as empresas pensam nos impactos que estão causando à sociedade”, pontua. “Por isso, é muito importante que empresas, de todos os tamanhos, se posicionem e, inclusive, tomem atitudes em relação às mudanças que precisam fazer”, sinaliza.

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Neste sentido, a executiva ressalta que mesmo pequenos e médios negócios devem adotar como prática diária os princípios de governança corporativa: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa.

“Governança não é só conselho de administração”, frisa. “Se você tiver um acordo de acionistas, regras para tratar os funcionários, forma de se organizar, contratos com fornecedores, tudo isso já é governança. É uma jornada”, explica.

De todo modo, a executiva destaca que “estes quatro princípios só vão funcionar se a empresa for ética”, conduta que tende a fortalecer a credibilidade social e as confianças interna e externa no negócio.

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“Uma organização só atinge sua reputação máxima se conseguir construir confiança com funcionários, clientes, fornecedores e comunidade em geral. Se ela não for transparente, não vai obter esta relação de confiança”, alerta Valéria. “A governança é fluida. Não precisa seguir um roteiro, mas tem de seguir princípios”, assegura.

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