O preconceito etário representa uma barreira que precisa ser superada dentro das organizações. Grande parte da discriminação contra pessoas mais velhas gira em torno dos estereótipos criados a respeito desta população, como dificuldades no aprendizado e com a tecnologia, além de problemas de se integrar ao ambiente – e isso se torna não apenas um impeditivo à inclusão, mas também a um diálogo mais próximo com uma gama maior de consumidores.
“As equipes intergeracionais são fundamentais para as empresas. Trata-se de possibilitar a transferência de conhecimento, bem como o planejamento sucessório. A diversidade etária também corresponde a um maior envolvimento por parte das equipes e mais representatividade, pois os clientes são de todas as faixas etárias”, defende Fran Winandy, consultora e especialista em diversidade etária e etarismo, em entrevista ao Canal UM BRASIL, uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
O papel dos negócios quanto a isso é lutar contra o etarismo, destaca a consultora. “Dentro das organizações, existe a ideia de que somos um país jovem, mas não somos. Nos Estados do Rio de Janeiro e de Santa Catarina, já há mais pessoas acima dos 60 anos do que abaixo dos 14. As empresas não estão planejando para a longevidade, para o envelhecimento”, pondera.
A especialista explica que é fundamental “olhar para dentro” e fazer uma reflexão sobre o que concerne à discussão etária, bem como à forma de atuar contra o preconceito presente no ambiente corporativo, de maneira a inserir pessoas mais velhas no quadro de empregados.
“Quando falamos em diversidade etária, estamos falando em representatividade, pois os clientes são formados por todas as faixas etárias. Como ter empatia com o consumidor acima dos 50 anos se não há ninguém dentro da organização que se coloque no lugar dele, que pense como ele e que desenhe produtos e serviços para ele? Sem isso, acontece uma representação estereotipada do idoso”, Fran questiona.