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Historicamente dominado por homens, o mundo dos negócios começa a se tornar um ambiente mais diverso com a ascensão de mulheres a cargos de liderança em organizações públicas e privadas de diversos portes. Ainda que, em se tratando de Brasil, esteja só no início, a ampliação do espaço para participação feminina em posições de destaque, influência e gerência é uma agenda da qual qualquer nação que queira ser humanamente grande não pode retroceder.
Ao longo do mês de março, o UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP, conversou sobre empreendedorismo, diversidade e construção de uma nação mais igualitária com quatro das mais relevantes personalidades femininas brasileiras.
A presidente do Conselho de Administração do Magazina Luiza e do Grupo Mulheres do Brasil, Luiza Helena Trajano, atribui seu sucesso à frente da rede varejista pelo fato de ter sido “criada em uma família de empreendedoras”, na qual se “acreditava muito na força feminina”.
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Participante ativa nas rodas empresariais, Luiza conta que, durante a pandemia, “nunca vi nos meios de grandes empresários se falar tanto” sobre desigualdade social, assunto para o qual a categoria, segundo ela, “aumentou muito o nível de consciência”.
Conselheira de grandes empresas e fundadora da Rede Mulher Empreendedora, Ana Fontes afirma que somente políticas de Estado podem mudar a realidade da população feminina no Brasil. Desse modo, ela defende que o governo promova linhas de crédito exclusivas a empreendedoras e algum tipo de auxílio a mães solo, além de campanhas contra a violência doméstica.
De acordo com ela, também é preciso ensinar as meninas, desde muito cedo, que “o território do dinheiro [também] é um território feminino”, para que se amplie a quantidade de empreendedoras no País. “Costumo falar, há alguns anos, que olhar para a diversidade tem um ponto fundamental relacionado à justiça social. (…) Quando você junta as três coisas – justiça social, inovação e economia –, fica parecendo muito estúpido não olhar para a diversidade como algo estratégico”, avisa.
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Ana Couto, designer, especialista em branding e fundadora de uma agência que leva o próprio nome, avalia que o Brasil ainda carece de identidade – lacuna que se reflete na dificuldade de as empresas construírem negócios com propósitos.
“Entender qual é o seu papel é muito importante hoje em dia. Ninguém quer mais só um tênis ou um chocolate. É preciso entender por que se faz algo diferenciado e com impacto positivo em todo o seu ecossistema”, indica.
Ana Couto acrescenta explicando que, na era em que o consumidor dá as costas quando não compactua com práticas dissociadas do mundo em que deseja viver, diversidade não pode ficar para trás. “Os gestores já sabem que, se eles não estiverem endereçando estas questões, eles vão perder. Hoje todo mundo está atento de que se tem que atender a isso”, pontua.
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A presidente da SAP Brasil, Adriana Aroulho, resume a criação de uma empresa inteligente num misto de gestão digital enxuta, automação, inovação e diversidade. “Pessoas iguais tendem a pensar igual. Pela natureza do negócio de tecnologia, precisamos pensar de forma diferente. E isso traz resultado tanto financeiro quanto de engajamento”, assegura.
Além disso, Adriana revela que a SAP pretende ter 50% dos seus postos de liderança ocupados por mulheres até 2030. “É um conjunto de ações que irá garantir que a gente chegue lá: atrair mulheres, garantir diversidade nos processos de seleção e equidade salarial para homens e mulheres, com as mesmas responsabilidades, além de um programa de mentoria para aceleração do desenvolvimento das mulheres contratadas”, sintetiza.