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SÃO PAULO – Um dos (sempre) mais esperados de toda a temporada, o resultado da Petrobras (PETR3;PETR4) será revelado na noite desta segunda-feira (13), com teleconferência às 10h30 (horário de Brasília) na próxima terça-feira. A expectativa é de que os números não seja um grande evento para o mercado, mas alguns indicadores devem ser observados com atenção pelos investidores.
Olhando para os números em si, contudo, eles são bastante expressivos. A petroleira, que está na Carteira InfoMoney (confira o último portfólio clicando aqui) deve reverter o terceiro maior prejuízo da sua história, de R$ 16,5 bilhões registrados no terceiro trimestre do ano passado, em lucro de R$ 3,56 bilhões entre julho e setembro deste ano, segundo compilação de analistas consultados pela Bloomberg. Já a receita líquida deve registrar leve baixa, de 2%.
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Para o setor em geral, em distribuição, os analistas do Credit Suisse destacaram o menor prêmio do preço doméstico da gasolina e do diesel, o que deve permitir que os postos embandeirados, sem vínculo com uma distribuidora, ganhem participação de mercado. Além disso, deve haver redução da importação (que, mesmo assim, segue alta, segundo o Itaú BBA, que não vê ganho de market share da Petrobras) e queda da taxa de utilização das refinarias.
Vale ressaltar que a média de preço de diesel e gasolina ficou abaixo do que a registrada no trimestre anterior – com queda de 1% e baixa de 4%, respectivamente, o que também deve ter impacto negativo sobre a receita líquida, conforme aponta o Itaú BBA. Desde o dia 30 de junho, a Petrobras adota uma nova política de revisão de preços, em que a petroleira espera acompanhar as condições do mercado e enfrentar a concorrência de importadores. Em vez de esperar um mês para ajustar seus preços, a Petrobras agora avalia todas as condições do mercado para se adaptar, o que pode acontecer diariamente. Além da concorrência, na decisão de revisão de preços, pesam as informações sobre o câmbio e as cotações internacionais.
Apesar da queda dos preços de combustíveis, os analistas do Credit Suisse destacam um ponto que pode levar a revisões para cima para as estimativas da empresa: caso a Petrobras melhore a sua eficiência, as estimativas para a petroleira podem ser revisadas para cima. Mais notadamente, os analistas ficam de olho nas despesas com vendas em gás e petróleo.
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Reforçando o coro, o Itaú BBA aponta para uma tendência de baixa dos lucros recorrentes após as iniciativas de redução de custos e despesas gerais e administrativas sob controle, enquanto a companhia deverá seguir com a sua desalavancagem.
Já com relação às margens, a expectativa do Credit é por um três impactos diferentes: se, por um lado, haverá menor ganho com importação, por outro haverá impacto dada a volatilidade de preço e ganho não-recorrente dos estoques com o aumento do preço do combustível no final do trimestre, refletindo o aumento do PIS/Cofins e do preço da Petrobras.
Em suma, apesar de, em um primeiro momento, os analistas não verem o resultado como um grande catalisador para os papéis, um dado mais positivo na linha de controle de custos pode sinalizar que a gestão de Pedro Parente está sendo (ainda mais) bem-sucedida em seu projeto de tornar a estatal mais enxuta e eficiente – o que pode impulsionar os papéis da estatal.
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Confira os números esperados para o terceiro trimestre de 2017:
em R$ milhões | 3T17E* | 3T16* | 3T17E/3T16 |
Receita líquida | 68.958 | 70.443 | -2,11% |
Ebitda | 22.688 | 21.603 | +5,02% |
Margem Ebitda | 32.9% | 31% | +1,9 ponto percentual |
Lucro líquido ajustado | 3.561 | -16.458 | – |
*Dados e estimativas compiladas da Bloomberg
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