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SÃO PAULO – Considerada uma das ações mais resilientes da bolsa brasileira, ainda mais levando em conta o ano volátil que 2018 promete ser, a Fibria (FIBR3) não aproveitou o rali da semana passada após a condenação de Lula e caiu 2% no período, enquanto o Ibovespa subiu mais de 5%. Contudo, apesar da queda, janeiro caminha para ser de fortes ganhos para a companhia, com alta superior a 18%. E, nesta segunda-feira, a companhia deu mais um motivo para animar os investidores na reta final do mês.
A notícia de Lauro Jardim, do O Globo, apontando que o grupo asiático-holandês Paper Excellence, que adquiriu a Eldorado no ano passado do grupo J&F, está interessado na Fibria fez com que os papéis saltassem até 9% nesta segunda-feira (29). Procurada pelo InfoMoney, a companhia informou que não comenta rumores de mercado.
Se as conversas evoluirão ou não, ainda parece ser muito cedo para saber. Mas, de qualquer forma, vale destacar que as notícias sobre uma consolidação do setor sempre foram um dos pontos que os analistas ressaltavam para que os investidores ficassem de olho. Em agosto do ano passado, por exemplo, tanto altos executivos da Fibria quanto da Suzano (SUZB3) apontaram que viam com bons olhos uma eventual fusão. Porém, a expectativa dos analistas é que essa fusão poderia ocorrer, mas não no curto prazo. Agora, as notícias sobre uma consolidação no setor voltaram à tona – mas agora com a Fibria e a Paper Excellence.
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Enquanto não saem novidades sobre o assunto, a Fibria tem um novo catalisador: nesta segunda-feira, após o fechamento do mercado, a companhia inaugura a temporada de balanços do quarto trimestre de 2017 ao divulgar seus números após o fechamento do mercado. De acordo com o Bank of America Merrill Lynch, a companhia deve ser o grande destaque do setor, divulgando um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recorde de cerca de R$ 2 bilhões, alta de 63,8% na comparação trimestral, com o projeto Horizonte II, em Três Lagoas (MS), ajudando a melhorar os volumes e o desempenho de custos.
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Sem tantos temores
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Além disso, mesmo em meio a algumas dúvidas sobre como será o desempenho da celulose, a avaliação corrente dos analistas é de que a commodity terá um preço médio superior em 2018 ao registrado no ano anterior. Em relatório deste mês, o Bradesco BBI, por exemplo, revisou as estimativas para o setor, inclusive estimando um preço médio da celulose de US$ 720 a tonelada em 2018, 12% superior a de 2017 e 11% das previsões anteriores do banco.
Três são os principais catalisadores para o mercado: i) o aumento de produção de papel da China (mais de 1,5 milhão de toneladas de novas capacidades de papel em 2018); ii) substituição de fibras na China, com fibra virgem ganhando participação de mercado de reciclagem, com um impacto de demanda de 500 mil toneladas em 2018 e iii) um forte ciclo de crescimento na Europa, que representa mais de 30% da demanda de celulose no mercado mundial. Enquanto isso, a perspectiva de que haveria uma “inundação” de oferta de celulose com várias plantas entrando em operação não se concretizou.
Com esse ambiente se desenhando, o BTG Pactual também destacou seguir com recomendação de compra paa o papel, apontando que o mercado está precificando uma queda de 25% nos preços à vista da celulose, algo que os analistas do banco não consideram em seu cenário.
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Mas, como já reforçado no Insight do Dia de 19 de janeiro, além dos fatores destacados acima, há uma outra questão que os investidores devem ficar bastante de olho :a volatilidade com as eleições de 2018, consideradas as mais imprevisíveis da democracia brasileira, que deve atrair ainda mais investidores para os papéis do setor de papel e celulose. Afinal, mesmo com a condenação do ex-presidente Lula em segunda instância dificultar as suas pretensões eleitorais e diminuir o risco de um candidato antirreformista sendo eleito, o risco eleitoral não está totalmente acabado, como você conferir clicando aqui.
“No caso de volatilidade no câmbio ela ganha muito não só pela alta do dólar – uma vez que ela exporta quase tudo que produz – como pela ‘migração’ de investidores, que vão em busca de um ativo mais seguro e menos exposto ao ‘risco Brasil'”, destacou o analista responsável pela Carteira InfoMoney e pelo curso “Como Montar uma Carteira de Ações Vencedora”, Thiago Salomão, que tem os papéis no portfólio de janeiro (veja clicando aqui).
Desta forma, à medida que as eleições chegando e potencialmente maior volatilidade – o setor também ganha “valor” da cobertura nas carteiras dos investidores, por uma combinação de bons fundamentos e resiliência com relação ao caminho sinuoso que o Brasil deve percorrer em 2018.
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Uma possível consolidação no setor, resultados positivos no radar e, no final do ano, eleições voláteis. Os próximos meses prometem ser de boas surpresas para a Fibria.