Escada, barra ou bala? Três estratégias para otimizar os investimentos de renda fixa

Há uma série de formas através das quais os investidores podem proteger as suas carteiras do risco das taxas de juros

Guilherme Puim

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Usar uma estratégia de investimento (com o foco em títulos) pode ajudar a reduzir o risco ou a maximizar o rendimento consoante às necessidades de risco/recompensa individuais. O investimento de rendimento fixo pode ser uma excelente forma para os investidores minimizarem o risco e verem rendimento de juros constante ao longo do tempo. No entanto, como qualquer estratégia de investimento, não está livre de risco.

Os investidores focados em títulos encaram risco de crédito, risco de inflação, risco de juros, entre outros. Vale a pena destacar o risco das taxas de juro pois mesmo que o investidor pense que está se beneficiando de uma taxa fixa e de pagamento estável por um dado período, a volatilidade do mercado e as taxas de juro poderão tornar os potenciais investimentos menos valiosos do que outras alternativas de investimento.

Pense, por exemplo, em um investidor que comprou um título com vencimento a dez anos e ao longo desses dez anos as taxas de juro excedem a taxa de cupom do título adquirido. Nesta situação, o investidor está na realidade detendo retorno real negativo e está perdendo a oportunidade de investir em títulos com pagamento de juros superior. Por outro lado, o oposto também pode acontecer. Em um ambiente com baixas taxas de juro, os investidores presos a pagamentos mais elevados estarão certamente melhor.

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Há uma série de formas através das quais os investidores podem proteger as suas carteiras do risco das taxas de juros, com a maioria das quais a envolver estratégias simples, contudo eficazes, de rendimento fixo. Usar uma estratégia de investimento em títulos pode ajudar a reduzir o risco ou a maximizar o rendimento consoante as necessidades de risco/recompensa individuais.

As estratégias de investimento em títulos que se seguem exigem tempo e esforço para que se vejam os potenciais benefícios. No entanto, se um investidor estiver disposto a esperar e tiver paciência para ver os ganhos no longo prazo, então estas estratégias podem ser benéficas.

(Fonte: Suno Consultoria)

1) Estratégia escada (ladders)

Esta estratégia de investimento permite ao investidor escalonar os investimentos em títulos ao longo do tempo com diferentes datas de vencimento. O investidor ganha flexibilidade ao dividir o capital por diferentes títulos, em diferentes vencimentos e com diferentes taxas de juro. Isto evita que uma única quantia de dinheiro fique presa a um título durante um longo período, limitando potencial rendimento e não permitindo que um investidor tire vantagem de possíveis aumentos das taxas de juro.

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Um exemplo: se um investidor tiver R$ 100.000 para investir em títulos então a estratégia escada sugere que compre títulos com datas de vencimento e taxas de juro diferentes. Digamos que o investidor tem R$ 100.000 e investe R$ 10.000 em dez títulos com datas de vencimento de um a 10 anos. À medida que cada obrigação vence, o investidor pode investir o capital em novos títulos que poderão oferecer retornos mais atraentes. É uma excelente forma de diversificar uma carteira de títulos sem ficar preso a um título por um longo período.

No exemplo acima, à medida que cada título vence o capital pode ser reinvestido para tirar vantagem de taxas de juro mais elevadas se as taxas subirem. Por outro lado, se as taxas de juro caírem, então os fundos podem ser usados para investir noutro título, com maior rendimento. A estratégia escada também aumenta a liquidez do investimento em títulos pois há sempre uma obrigação relativamente perto do vencimento.

2) Estratégia barra (barbells)

A estratégia barra é usada para tirar vantagem dos melhores aspectos dos títulos de curto e longo prazo. Nesta estratégia apenas os títulos de muito curto prazo e de extremamente longo prazo são comprados. Os títulos com vencimento no longo prazo tendem a oferecer rendimentos de juros mais elevados, enquanto os títulos de curto prazo fornecem maior flexibilidade.

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Os títulos de curto prazo dão ao investidor liquidez para ajustar potenciais investimentos a cada poucos meses ou anos. Se as taxas de juros começarem a subir, os vencimentos mais curtos permitirão que o investidor reinvista em títulos que irão alcançar retornos mais elevados (do que se os fundos estivessem ligados a um título de longo prazo). Os títulos de longo prazo dão ao investidor um fluxo estável de rendimento mais elevado ao longo do tempo do título. No entanto, não ter todo o capital em títulos de longo prazo irá limitar os efeitos negativos se as taxas de juro subirem nesse período.

3) Estratégia bala (bullets)

Se um investidor souber que irá precisar de uma certa quantia de capital a um dado momento no futuro, então a estratégia de investimento bala poderá ser a melhor opção. Esta estratégia sugere que o investidor adquira títulos com datas de vencimento iguais.

Ao escalonar a compra de títulos, os investidores podem procurar títulos com maior eficiência e que tenham taxas de juros mais atraentes. Uma vez que todos os títulos têm a mesma data de vencimento, os investidores poderão ser capazes de receber um fluxo potencialmente mais atraente.

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No entanto, o investidor corre o risco das taxas de juro caírem ao longo do período de compra de títulos. Manter um olho atento sobre o ambiente das taxas de juro é a chave para seguir esta estratégia com êxito.

Conclusão

Independentemente da estratégia que o investidor opta por seguir, cada uma tem as suas vantagens e desvantagens. Por um lado, a compra de múltiplos títulos é significativamente mais custosa do que a compra de um título único. No entanto, os potenciais retornos gerados por estas estratégias poderão compensar o custo extra.

É importante notar, no entanto, que os benefícios destas estratégias não são observados no curto prazo. A paciência e compromisso são chave. Para aqueles dispostos a colocar tempo e esforço, dar um passo extra para proteger a sua carteira do risco das taxas de juros poderá valer a pena.

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Guilherme Puim

É formado em administração, especialista em investimentos com certificação CEA e consultor de investimentos na Suno Consultoria.