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Templo Mahabodhi, onde Buda se iluminou, continua arrastando milhares de turistas, budistas e curiosos a cada dia. Foi aqui, em baixo desta árvore, que após 59 dias Sidarta Gautama, fundador do Budismo, alcançou a iluminação por volta do século V a.C.
Árvore sobre a qual Sidarta Gautama, Buda, se iluminou
O que quer dizer isso para quem não é Budista? Simples. Aqui ele se tornou um ser superior e, por causa disto, ele é seguido e venerado até hoje.Não é fácil alcançar a cidade onde o templo mais sagrado do budismo repousa por séculos. A melhor opção, para quem não tem muito tempo, é voar de Nova Delhi para a cidade de Patna, um percurso de aproximadamente um hora e meia. De Patna até Bodhgaya a melhor opção é de carro ou ônibus particular.
Turista ajuda monge a recolher as folhas sagradas
O trajeto, atravessando o estado de Bihar, um dos mais pobres da Índia, revela um país mais autêntico, mais cru, mais real. São cerca de seis horas chacoalhando por estradas esburacadas para atingir o Templo Mahabodhi. Se vale a pena? Para mim valeu! O complexo onde fica o templo é bem cuidado e tem muito que ver. A árvore sob a qual Buda se iluminou é apenas o chamariz. Afinal, estamos na terra de Buda. Detalhe histórico importante: Buda passou e fincou história por quatro locais considerados sagrados: Lumbini, onde nasceu. Bodhgaya, onde se iluminou. Sarnath, onde proferiu seu primeiro sermão e Kushinara, onde morreu. Dos quatro o mais famoso, importante e conhecido é justamente Bodhgaya. Um lugar de fato místico.
Olhar franco e direto impressiona
Um polo energizado que atrai gente muito diferente dos quatro cantos da terra com uma coisa em comum: a busca por respostas! No mínimo um dia inteiro é necessário para que você conheça e aproveite com calma este lugar único. Os ingressos são pagos mas não são caros nem mesmo com a taxa adicional paga para entrar com máquinas fotográficas e filmadoras. Ao longo do dia sua experiência irá mudando. Isso acontecerá sempre que você encontrar um monge diferente, um turista alemão, um vendedor local. Todos têm uma história de vida diferente e todos uma busca comum.
Buda Gigante de Bodhgaya é o maior em toda a Índia
Flores, muitas flores recebem o visitante. Vendidas aos milhares, alegram e colorem a vida neste empoeirado e recôndito esconderijo onde a luz se fez! Sem a voracidade e a insistência dos vendedores – tão característica em outros pontos turísticos da Índia – este lugar já é diferente por si só! Uma das coisas que mais me impressionaram aqui, além de ser a terra de Buda, foi o olhar das pessoas. Um olhar profundo, de respeito, de paz, tranquilidade.
Papoulas selvagens em frente ao Templo Mahabodhi
Não saia de Bodhgaya sem visitar uma infinidade de templos espalhados pela cidade. Faça isso no segundo dia de sua visita. Todos são templos budistas mas cada um é de um país diferente: Japão, Tailândia e Butão, entre outras nações budistas, estão representados ali. Interessante notar em cada templo as diferenças que cada povo imprimiu à mesma religião. Pouca gente sabe mas Bodhgaya, seus templos e o lugar sagrado da iluminação de Sidarta Gautama, Buda, são muito visitados ao longo do ano. Algum motivo tem que ter, certo?
Vista parcial do complexo com o Templo Mahabodhi
Costumo dizer que, por mais que alguém tente descrever a Índia para você, jamais conseguirá. Não sou religioso. Sou ortodoxo grego de batismo, católico por afinidade e cristão por natureza. Mas sinto um bem estar incrível cada vez que vou à Índia. Posso falar isso com a tranquilidade de quem já esteve três vezes neste país mágico. Por mim, volto outras tantas. Namastê, ou, em português, o Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você. E ai? Vai lá descobrir um pouco desta iluminação?
Jornalista Paulo Panayotis no Templo de Mahabodhi
Fotos : Paulo Panayotis/Adriana Reis
Jornalista Paulo Panayotis viajou a convite do Governo da India com roteiro da Indo Asia Tours Brasil e seguro viagem Travel Ace.