Publicidade
Edimburgo – Escócia. Pela janela do trem a vida passa… ou melhor, corre. Sigo pensando como essa tal de vida é caprichosa: morei por muitos anos em Londres, na Inglaterra e nunca fui a Escócia! É minha desforra! Em pouco mais de quatro horas, partindo da estação de Kings Cross, em Londres, chego a capital escocesa.A viagem, curta e extremamente confortável, chega ao fim com gosto de “quero mais”. “Boa tarde senhor. Para onde?” O forte sotaque escocês vem do motorista de táxi.
Taxi colorido em Edimburgo, Escócia
Ao contrário dos sisudos táxis pretos ingleses, em Edimburgo eles são coloridos. E os motoristas, juro, amigáveis! Muita coisa para fazer e pouco tempo. Enquanto sigo, olho para cima e vejo a imagem que ficará comigo por quase toda a viagem: o castelo de Edimburgo, impávido, solene, flutua acima da cidade. Onipresente, é um daqueles passeios que dura no mínimo meio dia!
Castelo de Edimburgo na Escócia
Lá de cima, a capital escocesa parece pequena, acanhada. Nem parece que mais de meio milhão de pessoas moram aqui. Em toda a Escócia são cerca de cinco milhões e meio. Bum! Bum! Bum! Não, não é ataque terrorista. É o canhoneiro do castelo que, todos os dias, pontualmente às 13 horas, dispara ritualisticamente seu canhão! Moradia dos primeiros reis escoceses, o castelo sempre teve papel relevante não só na vida dos escoceses como na do Reino Unido. Destruído e reconstruído diversas vezes ao longo de mais de 900 anos, ainda é o motivo pelo qual a grande maioria dos turistas visita a Escócia.
Canhões e turistas sobre a cidade de Edimburgo
Mas, como eu descobri, os danados dos escoceses escondem o que há de melhor. “Meu nome é Mackenzie. Mac Kenzie! Não Mac Donalds” informa nosso motorista. Risos na grande van que sai, pontualmente, às oito da manhã em direção às Highlands, ou melhor, às terras altas escocesas. O cinza da cidade vai ficando para trás enquanto árvores de cores amarelas alaranjadas tomam seu lugar. Ainda meio sonolento ouço Mackenzie, que morou por dois anos no Brasil, falar com orgulho de sua terra natal. Ele conta contos. Com direito a sonoplastia de monstros lutando contra cavaleiros medievais, alcançamos nossa primeira parada.
Lock Lubnaig, um perfeito cartão postal
O loch Lubnaig, ou lago Lubnaig, é um cartão postal. O reflexo das águas calmas se funde com as árvores que já exibem cores típicas do outono europeu. Cliques e mais cliques não são suficientes para retratar a beleza do lugar. Próxima parada: Glen Coe, ou o ponto mais alto da Escócia. De uma beleza esmagadoramente selvagem, não há árvores por perto. Praticamente não há vegetação, a não ser o eterno musgo que preserva a umidade e torna a Escócia o que é: o maior reservatório de água doce do Reino Unido. Pequenos riachos e ribeirões se precipitam Glen Coe abaixo. Formam, lá embaixo, os famosos lochs que abrigam salmões, e, segundo a lenda, monstros. Ou melhor, um monstro: Néssie. Nossa próxima parada é justamente o Loch Ness, ou, Lago Ness. Ah, lembrou agora do tal monstro? Aquele do Lago Ness?
Arco Iris em Loch Ness
Loch Ness é o maior lago de toda a Escócia e o que atrai mais gente. Nada de avassalador ou imperdível. Mas pense assim: Se você for ao Rio de Janeiro, não vai ao Cristo Redentor? Bem, ao menos na primeira vez, tem que ir. É o mesmo com o lago Ness. O que vale mesmo é o passeio, o caminho, não é mesmo? Enquanto navegamos, olhos fixos nas águas profundas e escuras, tomo um gole de um uísque puro malte escocês me pergunto novamente: Por que não conheci a Escócia antes? Mesmo sem encontrar a resposta, encontro uma certeza: voltarei. Tenho que voltar! Até mesmo porque, desta vez, não consegui ver Néssie!
Jornalista Paulo Panayotis
Fotos: Paulo Panayotis/Adriana Reis
Continua depois da publicidade
O jornalista viajou a convite do Visit Britain com seguro viagem Travel Ace.