O medo de agir é fatal para quem empreende pela primeira vez

Eu conversava com um executivo, demitido recentemente, que foi surpreendido com uma oportunidade de empreender. Ele já havia pensado na ideia, mas agora era diferente, pois era difícil arranjar uma explicação para não colocá-la em prática, já que tinha o tempo e o dinheiro para começar.

Silvio Celestino

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Eu conversava com um executivo, demitido recentemente, que foi surpreendido com uma oportunidade de empreender. Ele já havia pensado na ideia, mas agora era diferente, pois era difícil arranjar uma explicação para não colocá-la em prática, já que tinha o tempo e o dinheiro para começar.

Ele teve uma longa conversa com seu novo sócio, e definiram como trabalharão. Como é detalhista, estabeleceu imediatamente os planos de marketing e procedimentos para assegurar uniformidade na fabricação do produto da nova empresa. Além de uma série de planilhas de controle da operação.

Foi então que ele me disse que, para voltar a ter uma renda igual à de quando era empregado, deveria ser capaz de vender 5 mil unidades desse produto todos os meses. O resultado desse pensamento é que ele estava paralisado pelo receio de não conseguir atingir essa meta.

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A falta de ação é muito comum nessa passagem da vida de empregado para a de empreendedor. Há um sentimento de confusão mental, misturado com medo, insegurança e incertezas. A principal causa disso é acreditar que há sempre algo mais a ser pensado, ou que deve estar pronto, antes das ações.

Pode parecer algo estranho, mas você deve ser capaz de olhar-se como um líder e um liderado simultaneamente. E dizer ao liderado que a hora de agir é agora. Nesse exemplo, o grande problema que o novo empreendedor enfrentava era que ele não via a menor possibilidade de vender 5 mil unidades de seu produto.

Para quem vê de fora o que passa um empreendedor tudo é simples e óbvio. Como, por exemplo, subdividir essa meta em objetivos menores e ir atingindo-os aos poucos. Entretanto, partir para a ação é o grande desafio. Afinal, ela é que vai gerar realmente o resultado ou o fracasso.

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A minha recomendação é: passe do planejamento para a ação o mais depressa possível. É preferível errar rapidamente a esperar algo acontecer para então agir. E motivos para esperar não faltam: o site não está pronto, o cartão de visitas também não, agora é novembro e é melhor esperar janeiro, precisamos de um contador, melhor começar depois do feriado etc.

Cada dia sem faturamento é o maior problema que o empreendedor enfrentará. Portanto, mova as ações em direção ao faturamento. Sem ele, o passar do tempo criará uma pressão insuportável para o indivíduo. Afinal, as cobranças internas e de outras pessoas aumentarão, e as contas pessoais e familiares continuarão a chegar para ser pagas – independentemente de sua ação ou inércia.

Os verdadeiros obstáculos surgem somente depois de você agir, antes disso eles são sempre imaginários.  É melhor você lidar com os problemas reais do que com aqueles que você somente imagina.

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O importante é que você perceba que por mais belos e bem feitos que sejam seus planos eles não produzem nada. Suas ações, sim! Os erros e fracassos fazem parte da jornada. Eles são terríveis conosco, mas não é possível amadurecer como empresário sem passar por eles. Portanto, é preferível ter a coragem necessária para assumir riscos e possíveis erros, ao medo de agir.

Vamos em frente!

Silvio Celestino

É coach de gerentes, diretores e CEOs desde 2002. Também atende a executivos que desejam assumir esses cargos. Possui certificação e experiência internacional em coaching. Foi executivo sênior de empresas nacionais e multinacionais na área de Tecnologia da Informação. Empreendedor desde 1994.