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A economia brasileira enfrentou uma das mais fortes e duradouras recessões da nosso história. O gráfico abaixo reflete a magnitude do tsunami que nos arrastou. Porém, apesar disso, o grande destaque da comparação histórica tem sido a velocidade da recuperação muito mais lenta do que outras recessões brutais, como em 1983 e 1992. Ainda estamos quase 5% abaixo do nível pré-crise. E as simulações aqui da NEO Investimentos e da pesquisa Focus do Banco Central não mostram uma diminuição desse gap até o final de 2019.
Porém, essa crise gera uma oportunidade para o próximo governo. O Consumo Privado continua comprimido e os Investimentos (conhecidos no PIB como Formação Bruta de Capital Fixo) são a principal “âncora” para o nosso fraco desempenho de PIB. ?Como reverter essa dinâmica? O fim da incerteza eleitoral deverá ter um impacto importante nas decisões de investimentos nos próximos meses. O indicador da FGV de Incerteza Econômica permanece alto, e uma redução do índice nos próximos meses pode ser uma sinalização importante de
recuperação. O ?Indicador de Confiança do Empresariado também permanece deprimido para padrões históricos, enquanto a ?difusão do crescimento (a quantidade de setores com crescimento, o “espalhamento” da melhora por diferentes setores) permanece baixa.
Dito isso, com políticas econômicas que mantenham as melhoras fiscais e a
credibilidade da política monetária, ?quanto poderemos crescer em 2019? Utilizando as recessões anteriores como métrica seria possível alcançar uma expansão do PIB de até 4,5% em termos reais em 2019. Precisaríamos observar os Investimentos retomando fortemente no curto prazo e alcançando uma expansão de 15%, em comparação com o crescimento de 2,6% registrado no segundo trimestre de 2018. O Consumo precisaria acelerar dos atuais 2,3% de alta para 4%. Essa expansão poderia ser mantida ainda em 2020, quando o benefício cíclico de recuperação de uma recessão seria exaurido.
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Há 2 “poréns” nesse cenário otimista?. O primeiro é de que o resultado da eleição
precisa trazer declarações de ações rápidas do vencedor, de maneira a já iniciar uma melhora na intenção de investimentos. Uma postergação das definições de planos de ação reduz a possibilidade de crescimento em 2019. O segundo refere-se ao fato de que o PIB potencial, ou seja, o ritmo de crescimento de longo prazo, provavelmente está mais perto de 2% do que de 2,5%. Ou seja, um forte crescimento nos próximos 2 anos será por influência cíclica, e deveria ser interpretado como uma janela de oportunidade para acelerar os ajustes econômicos necessários, e implementação de reformas que aumentem a produtividade da economia, impulsionando o tal PIB potencial.
Em resumo?, há uma oportunidade de forte crescimento em 2019 e 2020. A pesquisa Focus do banco central registra projeções de consenso ao redor de 2,5% de crescimento do PIB nos próximos 3 anos. Há espaço para surpresas positivas em relação à essa mediana. Está nas mãos do próximo presidente deslanchar nossa recuperação econômica, para deixarmos para trás o legado de uma recessão sem precedentes, e focarmos na construção de bases mais duradouras de crescimento.
PS: esse artigo contou com ajuda imprescindível do economista João Paulo de Faria Rabe.
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