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Em julho de 1941, o primeiro-ministro inglês Winston Churchill pediu para que todo o povo britânico usasse o sinal do “V de vitória” como forma de pressionar psicologicamente seus adversários em meio à Segunda Guerra Mundial.
Uma semana depois, a rede estatal britânica de comunicação BBC reportou que o gesto da letra V sinalizado com a mão já havia se espalhado por toda a Europa e era visto aonde quer que se olhasse: pintado nos muros, nos carros e em cartazes. O próprio Churchill não parou mais de fazer o V a cada aparição pública até a vitória do Reino Unido e de seus aliados na guerra.
Essas imagens do primeiro-ministro inglês com os dedos simbolizando vitória ficaram famosas e ganharam o mundo. Não à toa, a ele foi atribuída a disseminação do gesto: basta digitar o sobrenome do governante na busca do Google para que inúmeras imagens de Churchill e seu V apareçam na tela.
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Um corte para o presente. Em março deste ano, o presidente americano Donald Trump se referiu ao novo coronavírus como um inimigo de guerra, e chegou a dizer que considerava que o “ataque” do vírus era pior que aquele a Pearl Harbor, no fim de 1941, quando a marinha japonesa atacou o Havaí – fato que levou os Estados Unidos a entrarem na Segunda Guerra Mundial.
No início de junho, em uma coletiva de imprensa, Trump mencionou que “o que estávamos vendo é melhor do um V. É um foguete”, fazendo alusão a como será a recuperação da economia americana.
Os economistas e analistas de mercado costumam se referir às letras para indicar o que desenham os gráficos de taxas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) ao longo do tempo. A letra V é usada para descrever uma recuperação rápida da economia após forte queda, e aqui tenho que concordar com o presidente, pois é exatamente isso que temos visto nos Estados Unidos: um V em sua retomada frente à crise gerada pela pandemia.
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Para citar um exemplo atual, no dia 23 de março, o S&P 500, índice composto pelas 500 maiores empresas americanas, teve sua pior queda do ano, mas já subiu quase 35% desde então para atingir seu nível atual – uma recuperação impressionante. A Nasdaq, uma das principais Bolsas americanas, também segue rumo à vitória, impulsionada pelas ações das gigantes de tecnologia Amazon, Apple e Microsoft.
Na quinta-feira passada (2), os Estados Unidos comemoraram a criação de 4,8 milhões de vagas de emprego no mês de maio, considerada também uma enorme vitória no recuo da taxa do desemprego do país, mesmo em meio à pandemia.
Se a história realmente serve de exemplo, a economia americana sempre mostrou sua capacidade de recuperação em forma de V. Foi assim no crash de 1929, após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, e em 2008, com a quebra do banco Lehman Brothers, o maior caso de falência da história do país.
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Olhando a história por outro viés, os índices americanos, como o S&P 500, por exemplo, sempre performaram melhor que o Ibovespa e nunca fecharam no negativo em janelas de longo prazo. De fato, são muitas as vitórias e as rápidas recuperações na história econômica dos Estados Unidos.
Fora do contexto econômico, a título de curiosidade, os americanos também se apoderaram do gesto de Churchill e o utilizaram durante os anos de 1960 para simbolizar o “paz e amor” eternizado pelos hippies no evento do Woodstock.
Ainda assim, o V no cenário econômico americano segue sendo utilizado, não somente pela capacidade de retomada das crises econômicas com maior agilidade em relação a outros países, mas também pelo sucesso quando se trata de diversidade setorial, gama diversa de produtos de investimentos e abertura de mercado.
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Para que você tenha uma ideia, atualmente temos cerca de 400 empresas listadas na Bolsa brasileira, enquanto há mais de 5 mil nas Bolsas americanas, sem falar na vasta quantidade de estratégias, imensa variedade setorial e melhor liquidez do mercado.
Quando olhamos somente para investimentos no Brasil, perdemos oportunidades de investir em diferentes setores com enorme potencial de crescimento e de ter exposição a uma moeda forte como o dólar, que, em momentos de crise, serve também como proteção da nossa carteira de investimentos.
Perdemos, ainda, a oportunidade de alocar nossos recursos em mercados mais sólidos, com mais liquidez, e em empresas com muito caixa para enfrentar possíveis crises – sem falar nos estímulos monetários e fiscais que os Bancos Centrais de países como os Estados Unidos são capazes de injetar na economia para que ela volte a crescer.
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Quando olhamos somente para investimentos em âmbito nacional, ficamos totalmente expostos às questões políticas e econômicas daqui – ou seja, ao chamado “risco-Brasil”.
Minha sugestão para você hoje é que faça como Churchill e mostre o V de vitória para sua carteira de investimento, tornando-a diversificada e com exposição a setores com grande potencial de crescimento, tão escassos na Bolsa brasileira, como é o caso da tecnologia. E também declare guerra aos investimentos com altas taxas e baixo retorno, ou com alta volatilidade e demora de recuperação.
E, antes que me pergunte: não, você não precisa ser um milionário ou uma milionária para acessar o mercado de investimentos no exterior. Basta buscar produtos acessíveis ao seu perfil de investimentos aqui mesmo no Brasil, que possam garantir exposição ao mercado internacional por meio de fundos de investimentos, ETFs ou BDRs disponíveis no Brasil, ou mesmo investir diretamente no exterior, abrindo uma conta em uma corretora estrangeira.
Não importa qual seja a estratégia escolhida. A ideia aqui é, sim, incluir esses ativos na sua carteira para que você se torne um investidor ou uma investidora vitoriosa. Ou apenas para que você possa viver com mais paz (principalmente) e amor, sabendo que tem na carteira investimentos em moeda forte que garantem proteção e bons retornos no longo prazo.