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Caros(as) leitores(as),
Eu não conheço você, mas talvez você me conheça. Antes que você diga que sou arrogante: foi apenas a conotação de um fato — afinal, a galera adora falar de mim por aí, inclusive em outros canais de conteúdo — o povo é muito fofoqueiro no Brasil (contém humor).
De toda forma, muito prazer! Estou muito feliz de ter a oportunidade de conversar melhor com você, afinal, aparentemente o que tento te dizer pelos números não tem sido o suficiente, não é?
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Não gosto muito da ideia de me apresentar, minha praia não é falar sobre mim, mas sim reagir ao que os outros fazem ou falam. Porém, eu prezo pelos bons valores, então vou arriscar um “speech” sobre mim:
Eu não sou tão jovem assim, mas também ainda não sou maduro o suficiente, tenho muita lenha para queimar, como a turma gosta de falar lá no escritório. Acho que assim falo sobre a minha idade de maneira mais elegante, nem sei por que ainda conversamos sobre anos de vida uns dos outros.
Enfim, minha rotina é muito intensa, ela tem início todos os dias pela manhã e encerra no final da tarde, sempre no mesmo horário, com algumas adequações, a depender do lugar do mundo que eu estiver. Pois é, empreendo num negócio global, chique né?
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Como estou falando com meus clientes brasileiros por aqui, acho que posso assumir que responderei como um, certo? Perfeito, dessa forma estamos alinhados.
Embora o meu trabalho envolva muito glamour, com noticiários falando sobre mim todos os dias, pessoas enriquecendo e empobrecendo por minha causa, filmes de Hollywood que mostram o nosso dia-a-dia, pode acreditar, a realidade é bem diferente. Afinal, eu não sou perfeito, aliás, longe de ser sempre eficiente, se é que você me entende.
Sofro das dores de qualquer pessoa na minha idade, no meu estágio de evolução pessoal: tenho que lidar com ansiedade, medo, angústia, euforia, raiva, pânico, decepção, todos os dias. Eu poderia continuar citando mais pontos, mas resolvi te poupar dessa vez – até por que, poupança não faz parte do meu mundo (meu Deus, que piada horrível).
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É difícil! Muita informação, muito dado, muitas falas, muito tudo – eu trabalho demais por aqui, você não faz ideia.
Mas de alguma forma, por mais que seja difícil, por mais que seja turbulento, por mais que exista muita volatilidade na trajetória, eu sou naturalmente otimista. Estou sempre comprado na ideia de que o futuro será melhor sempre.
Claro, em muitos momentos tudo muda, estou sujeito sim a depressões, mas eu já tive outras no passado e estou aqui, não é? Sempre superando os obstáculos e desafios.
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Meu maior defeito? Taxa de Juros!
Está surpreso né? Achou que eu amava ela, correto? É, como eu falei, pouquíssimas pessoas realmente me conhecem, embora eu seja extrovertido e me comunique muito, são poucas aquelas pessoas com quem eu tenho intimidade e que de fato sabem quem eu sou.
Existe muito mais boato do que fato ao meu respeito…
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Eu detesto a taxa básica de juros. Tudo bem, por um lado, eu fico feliz pois costuma beneficiar a renda fixa, mas eu detesto a ideia de que isso trava o crescimento do mercado de capitais, em especial, no que tange acesso das pessoas a veículos diversos de investimento.
Você vai achar que é “papinho de vendedor”, mas é real. Eu realmente acredito que eu e você podemos ganhar dinheiro com isso. Não tem nada melhor do que seu trabalho ser melhorar a relação e o acesso a dinheiro para todos, concorda?
O “rentismo” é uma zona de conforto que impregna na sociedade – só seria legítimo mais próximo do fim da vida. Mas chega de desabafos, acho que deu pra perceber como o glamour consegue conviver em harmonia com um verdadeiro caos.
Eu quero que a taxa de juros esteja controlada, que a política fiscal esteja redonda, que a inflação fique comportada, que a bolsa suba, que a moeda negocie num patamar adequado, que mais pessoas e instituições participem do meu negócio. Quero empresas com estruturas de capital melhores, quero as pessoas cuidando melhor da aposentadoria, mas também quero que as teses e visões se expressem livremente.
Para todo ativo do meu portfólio, existe um comprador e um vendedor, alguém que acredita estar comprando uma barganha e um vendedor que crê fazer um bom negócio. Um lado da mesa gosta e o outro não (ou deixou de) – exatamente da mesma forma que se estabelecem as relações sociais.
O preço de algo é basicamente um acordo social: nós, enquanto sociedade, entendemos que o preço da ação XPTO é Y. Esses acordos mudam, conforme as pessoas que deles participam decidem alterar seu entendimento sobre aquele assunto.
Logo, meu trabalho é ouvir todos os lados, sou um aficionado por aprendizado, boa conversa. Eu compartilho esses “aprendizados” com todos, em cada momento de uma forma diferente, as vezes de forma metódica, mas no fim o preço é definido por vocês, colocamos sempre nosso cliente no centro.
Bom, gostaria de te informar que estarei aqui semanalmente nesse espaço privilegiado de coluna no InfoMoney, que aliás, é uma grande honra. Ficarei ainda mais contente se sempre te encontrar por aqui, para quem sabe tomarmos um café juntos, um almoço, o quando você puder do seu lado!
Att,
Sr.Mercado