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Caros(as) leitores(as),
Recentemente, as taxas dos títulos públicos federais atrelados a inflação atingiram patamares de IPCA+6% ao ano. Na época, muitos de vocês acreditaram que seria uma grande oportunidade, escreveram sobre, falaram sobre e compraram esses papéis.
Eu não discordo de vocês, de fato era uma boa oportunidade “garantir” esse retorno real. Porém, no mercado financeiro, os descontos podem seguir a crescer sempre, nada impede esse tipo de movimento.
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Dito isso, as taxas continuaram a “abrir”, no jargão de mercado, e atualmente já estão mais próximas de IPCA+7%. Para aqueles que aproveitaram o primeiro saldão, quando olham para suas contas agora, enxergam retornos negativos nesses ativos.
Talvez alguns fiquem surpresos, outros talvez nem percebam, mas uma parte relevante vai se assustar e, com dor no estômago, podem encerrar esses investimentos e se desfazer dos papéis. Que erro!
A atividade de “temporizar” os mercados é complexa, como o próprio mercado – acho que posso afirmar categoricamente. São tantos crânios geniais dedicados a esse mundo, que cometem erros grosseiros nesse sentido.
Ela é uma tarefa tão dura que a maior parte já desistiu de tentar. Investir e olhar apenas para o longo prazo é a forma mais elegante de assumir essa deficiência.
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É claro que IPCA+6,7% é melhor do que as taxas anteriores, também não vou negar que vai fazer diferença. De todo modo, não é com essa cabeça que você deveria pensar.
Oras, se você assume que não sabe exatamente onde está o cume das taxas – e caso você diga que saiba, eu não vou acreditar em você – o que importa é garantir que fez um bom negócio, certo? Que no longo prazo faz sentido, não é?
Nesse caso, IPCA+6% é ótimo – se você levar esse título até o vencimento, vai garantir um retorno real elevado ao longo dos anos. Pense que, para a maior parte dos fundos de pensão do país, que fazem gestão dos recursos previdenciários de milhares de pessoas, há uma meta de retorno de IPCA+5%.
Em outras palavras, você consegue um resultado superior em 1% ao ano. Já é para abrir um sorriso no rosto e ficar contente com a aquisição.
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Mas o curto prazo pode ser desconfortável. Se ele não é o seu horizonte de investimento, ótimo, não é preciso se preocupar.
Agora, se você comprou esses papéis para vender na janela curta e tentar ganhar dinheiro com isso, você pode ter errado sua tese, ou você simplesmente não sabia o que estava fazendo.
Não há “molezinha”, o curto prazo costuma testar as convicções do investidor de janelas longas, afinal, a maratona de 42 quilômetros é feita de muitas “pequenas corridas”. A conclusão é: o IPCA+6% é bom, mas pode dar dor nas suas costas.