Como a sua empresa pode sobreviver ao coronavírus

Vivemos tempos inimagináveis. A humanidade enfrentou a gripe espanhola em 1918, mas, um século depois, foi incapaz de desenvolver um protocolo coletivo eficaz para se defender de uma pandemia verdadeiramente global. Como sobreviver ao coronavírus?O sistema de saúde das economias centrais se mostrou insuficiente. Seja no Ocidente ou no Oriente, no hemisfério Norte ou no […]

Rodrigo Moreira

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(Albino Oliveira - Ascom/Ministério da Economia)
(Albino Oliveira - Ascom/Ministério da Economia)

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Vivemos tempos inimagináveis. A humanidade enfrentou a gripe espanhola em 1918, mas, um século depois, foi incapaz de desenvolver um protocolo coletivo eficaz para se defender de uma pandemia verdadeiramente global. Como sobreviver ao coronavírus?

O sistema de saúde das economias centrais se mostrou insuficiente. Seja no Ocidente ou no Oriente, no hemisfério Norte ou no Sul.

É um momento muito difícil, com discussões que envolvem a morte e a vida. Mais do que isso, envolve também o valor da vida e da subsistência e o valor do trabalho e da continuidade da atividade econômica.

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Nesse cenário extremamente complexo, como as empresas podem se posicionar e se reorganizar para maximizar suas chances de sobrevivência na crise?

Em primeiro lugar, é importante compartilhar as respostas do nosso último levantamento junto às empresas. Das companhias pesquisadas, cerca de 60% responderam que conseguem aguentar a paralisação por no máximo 60 dias, sendo que 40% delas por um período limite de 1 mês.

Em relação às medidas divulgadas pelo governo, cerca de 63% das empresas dizem não ter entendido as medidas ou até mesmo desconhecê-las.

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Outro ponto relevante: 60% das empresas afirmaram que pretendiam adotar medidas de prevenção ao contágio por coronavírus.

Estas respostas funcionaram como uma bússola para este breve artigo.

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Saúde em primeiro lugar

Cuide dos seus colaboradores porque é fundamental preservar a saúde de todos. Se for possível, funcione como um polo de disseminação de informações.

Não apenas o ambiente de sua empresa é importante. A casa e a comunidade de sua equipe são igualmente fundamentais para o bom funcionamento da empresa.

Procure mantê-los informados, porque informação é uma arma fundamental no combate à pandemia. Procure tomar medidas simples e exequíveis, adaptadas à realidade de sua operação.

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Empresas inseridas em cadeias produtivas consideradas essenciais tem um papel fundamental nesse momento e devem ser menos afetadas economicamente. Portanto, terão mais capacidade de investimento em medidas preventivas.

É recomendável não economizar neste momento. Criatividade, quando possível, também é um remédio importante para se sobreviver ao coronavírus. Sem dúvida, soluções encontradas em momentos de crise serão utilizadas no futuro.

Liquidez é fundamental

A primeira reação das empresas em um horizonte onde o fluxo de caixa futuro provavelmente se reduzirá drasticamente é a busca por liquidez. É um reflexo quase instintivo de todas as cadeias de valor.

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Essa busca pelo caixa gera quase que instantaneamente um travamento dos mercados de crédito. E não apenas o crédito financeiro (bancário ou não), mas também o crédito mercantil, que tende a ser muito mais relevante entre as empresas de menor porte. O crédito mercantil é aquele existente entre clientes e fornecedores.

Naturalmente, essas relações tendem a se distensionar nos dias e semanas subsequentes ao choque inicial.

Minha recomendação é que as empresas busquem uma relação equilibrada com seus clientes, parceiros financeiros e fornecedores.

Na prática, é preciso buscar os credores e oferecer mais garantias, aceitar pagar um pouco mais caro e mostrar mais comprometimento do que nunca com o futuro do negócio.

Discutir com seus clientes e fornecedores como encontrar um ponto de equilíbrio saudável vai possibilitar um ciclo financeiro mais viável a todos.

E não adianta aplicar a máxima “farinha pouca, meu feijão primeiro” nesse momento. Desarticular a cadeia de suprimentos gerará uma destruição de valor em massa. Estamos em um momento de cooperação.

A corrente é tão forte quanto os seus elos mais fracos. Parece e é clichê. Mas tende a ser verdade para muitas cadeias de valor, especialmente no pós-crise.

Seja positivo e adapte-se

Este é o momento de ser disruptivo. Em muitos setores, vai ser preciso se reinventar para sobreviver ao coronavírus. Mudar a forma de fazer negócios e mobilizar a força de vendas para se relacionar com seus clientes.

Para quem precisa vender sem o ponto físico, ficar paralisado pode ser fatal. Para muitas atividades, especialmente aquelas que dependem do contato humano, pode ser mais difícil, mas há muitos exemplos de sobrevivência.

Adapte-se. Talvez você não consiga reinventar completamente o seu negócio, mas pode ser que encontre novas fontes de receita, novos canais comerciais ou mais produtividade. Enfim, seja positivo.

Informe-se

Mantenha-se informado, principalmente em momentos de crise. Consulte sites como o Infomoney e dê atenção apenas às fontes de informação confiáveis e relevantes.

Os governos mundo afora vêm disponibilizando pacotes de medida dia após dia. No Brasil, não tem sido diferente. BNDES, Bacen, bancos públicos, bancos privados e Tesouro vêm liberando ações no campo monetário e fiscal para auxiliar as empresas nesse momento.

Procure se informar incessantemente. Procure rodas de empresários e conecte-se. Fale com seus parceiros financeiros ou não. É importante consumir o máximo de benefícios que se enquadre à sua realidade. Esses pacotes serão de suma importância para que as empresas atravessem a turbulência pela qual estamos passando.

=> Veja como falar com um dos assessores da XP Empresas

Juntos conseguiremos atravessar esse momento da melhor forma possível para sobreviver ao coronavírus. É hora de cooperação, de colaboração e empatia. Tenho certeza que sairemos dessa crise muito mais fortes do que entramos.

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Rodrigo Moreira

Sócio da Xp Inc., Mestre em Economia, Bacharel em Engenharia e head da XP Empresas. Possui 20 anos de experiência dedicados ao atendimento de empresas de grande e médio porte. Com passagens por Itau BBA, Unibanco, Pactual e Bozano, Simonsen.