É possível investir em fundos imobiliários com pouco dinheiro?

Será que você realmente precisa de muito capital para investir em fundos imobiliários e começar a receber aluguéis todos os meses?

Marcos Baroni Marcos Correa

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Notas de Real (Marcelo Casal Jr / Agencia Brasil)
Notas de Real (Marcelo Casal Jr / Agencia Brasil)

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Quando você está iniciando no mundo dos investimentos, é comum escutar de outras pessoas que, para poder investir e ter resultados reais, você precisa ter bastante dinheiro.

Esse é um mito que, infelizmente, continua sendo propagado. Então, vamos entender o porquê essa afirmação não é verdadeira e, claro, daremos foco em fundos imobiliários.

Antigamente, os fundos imobiliários eram negociados na casa dos R$ 1.000,00 por cota — um valor inacessível para muitos —, mas, hoje, a maioria dos fundos imobiliários é negociada entre R$ 80,00 e R$ 120,00, que já é um valor acessível para um investidor comprar uma ou mais cotas mensalmente.

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Porém, estamos observando um movimento na indústria onde novos ativos estão sendo listados na casa dos R$ 10,00 ou alguns FIIs já existentes estão desdobrando as suas cotas para esse patamar. Atualmente, possuímos cerca de uma dúzia nesse patamar.

O desdobramento é um mecanismo para aumentar o número de cotas de um fundo e reduzir seu valor unitário, mas mantendo o mesmo valor total de patrimônio. Por exemplo, em vez de você ter uma cota de R$ 100,00, você passa a ter dez cotas de R$ 10,00.

Consequentemente, esses fundos imobiliários com valores mais baixos se beneficiam de duas formas: acessibilidade e liquidez.

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Acessibilidade: os investidores ganham mais opções de FIIs com um valor de acesso menor, o que também ajuda os iniciantes a fazer aquele primeiro investimento para começar a se acostumar com a dinâmica dos fundos imobiliários.

Além disso, isso permite a possibilidade de reinvestimento mais rápido. Antes, era necessário ter, aproximadamente, R$ 100,00 de rendimentos para que fosse possível comprar uma nova cota sem a necessidade de aportar dinheiro novo. Porém, agora é possível fazer isso a partir dos R$ 10,00, o que ajudará a acelerar seus resultados com os juros compostos.

Liquidez: com a redução do valor nominal da cota e aumento da quantidade delas, o fundo imobiliário torna-se mais líquido. Em outras palavras, isso faz com que seja mais fácil comprar e vender as cotas.

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Entretanto, essa dinâmica de uma cota mais baixa afeta os rendimentos. Você pode ter notado que os rendimentos dos FIIs de R$ 10,00 são inferiores aos de R$ 100,00.

Isso quer dizer que eles são piores? Não necessariamente.

Aqui entramos em outro ponto do porquê os investimentos não são apenas para quem já tem muito dinheiro. O valor nominal das cotas não determina se o FII é um bom pagador de rendimentos ou não, pois, tudo é proporcional.

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Pense da seguinte forma, se um FII de R$ 10,00 paga R$0,07 de rendimentos e um de R$ 100,00 paga R$ 0,70, eles possuem o mesmo retorno de 0,70% sobre o capital aplicado.

Portanto, uma pessoa com muito dinheiro e outra com pouco podem ter as mesmas rentabilidades, proporcionalmente falando.

Sendo assim, você conseguirá ter um resultado baseado no seu próprio empenho em aportar e reinvestir, ou seja, quanto mais investir, mais receberá proporcionalmente. Além disso, boas escolhas e uma estratégia bem definida podem incrementar seus ganhos.

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Indo além, se você esperar muito para começar a investir, você perderá um tempo valioso.

O juro composto é uma força que potencializa os seus resultados, permitindo que pequenos investimentos gerem grandes retornos no futuro. E, uma das variáveis mais importantes dessa fórmula é o fator tempo.

Fazendo uma simulação sintética: uma pessoa que investe R$ 1 mil por mês por 20 anos com um retorno de 10% ao ano, terá R$ 718,2 mil ao final do período. Se um investidor com um poder de aporte inferior, digamos R$ 500,00, começasse dez anos mais cedo, ele teria cerca de R$ 1 milhão.

Note como o segundo investidor aplicou menos dinheiro mensalmente, todavia, por ter começado antes, teve um resultado superior ao primeiro que investiu mais por mês.

Isso sem considerar que é interessante que o investidor também se dedique em aumentar a sua capacidade de aportes mensais, buscando potencializar seus resultados futuros.

Os investimentos em fundos imobiliários são muito democráticos. Pense nisto.

Para concluirmos: comece o quanto antes, invista com consistência, disciplina e com foco na perpetuidade. No início, pode parecer que o crescimento esteja lento, mas, você notará que, pouco a pouco, o ritmo aumentará até atingir a sua velocidade de cruzeiro.

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Marcos Baroni

Professor há 24 anos, graduado na área de Tecnologia da Informação e pós graduado em Educação. Investe no mercado financeiro desde o início de sua carreira e, há cerca de 12 anos, leva conhecimento por várias cidades do Brasil sobre Fundos Imobiliários. Co-autor dos Livros Guia Suno FIIs e 101 Perguntas e Respostas sobre FIIs, Analista CNPI, Consultor CVM e Sócio da Suno Research

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Marcos Correa

Especialista em Fundos Imobiliários da Suno Research e formado pela Universidade de Miami em Ciência da Computação