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Numa inédita semana na política americana, o Capitólio, sede do Congresso dos EUA, foi invadido por apoiadores do presidente Donald Trump, que procuravam impedir a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.
Em paralelo, o partido democrata surpreendeu ao vencer duas disputas para senador na Geórgia, assim garantindo controle da Câmara Alta. Apesar dos episódios inesperados, as bolsas americanas fecharam em alta na quarta e quinta-feira.
Vale ressaltar que apesar das tentativas das multidões insufladas por Trump, o Congresso certificou a vitória do democrata na noite de quarta. A sessão, que foi reiniciada assim que o protesto foi dispersado, mostrou a perda de apoio de Trump entre parlamentares e foi seguida por notícias de renúncias de assessores na Casa Branca, ministros e de pedidos de que o presidente reconhece a derrota.
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Enfraquecido, Trump finalmente afirmou que a transição de poder no dia 20 de janeiro seria “ordeira”, apesar de não reconhecer o resultado da eleição. Dessa forma, maiores riscos de desordem foram reduzidos.
O episódio mostrou um raro momento de união das lideranças partidárias no Congresso contra os atos de violência e, em linha geral, contra o discurso inflamatório do presidente. O sinal positivo demonstrou a resiliência das instituições americanas, diminuindo preocupações de agentes de mercado.
Em paralelo, as emissoras do país confirmaram as vitórias dos candidatos democratas a senador Jon Ossoff e Raphael Warnock no estado de Geórgia. Dessa forma, Biden garantiu controle do Senado na próxima legislatura.
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Vale mencionar que os democratas terão o mesmo número de vagas na Câmara Alta que os republicanos, 50 cada, no entanto, Kamala Harris, a vice-presidente eleita, terá voto de minerva e poderá resolver empates.
A vitória dos democratas no Senado, era um cenário que preocupava alguns analistas, já que o partido passaria a ter controle das duas Casas e assim poderia, em tese, aprovar medidas consideradas mais radicais sem grande dificuldade.
Reiteramos o que temos argumentado desde o período eleitoral. Biden foi eleito com uma plataforma moderada, e, dado o histórico do presidente eleito, tudo indica que deve continuar nessa linha. Destacamos ainda que eventuais propostas mais polêmicas do Executivo enfrentariam enorme dificuldade de aprovação no Legislativo.
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Uma parcela de senadores do partido democrata representa estados com fatia relevante de eleitores conservadores. Portanto, é provável que votem contra propostas mais arrojadas em temas como regulação ambiental e revisão de impostos, que preocupam agentes de mercado. E em uma linha adicional que impede a materialização desse risco, o regimento do Senado requer que grande parte das votações na Casa exijam a maioria de 60 senadores, ou seja, de consenso bipartidário para avançar.
Do lado positivo para a economia, no entanto, há de se considerar que a maioria nas duas casas do Congresso aumenta a perspectiva para maiores estímulos à economia, que enfrentavam maior resistência no Senado sob a liderança do republicano Mitch McConnell.
O cenário após a posse do governo Biden permanece sem alterações e positivo para a recuperação da atividade americana e global, com mais impulso fiscal e sem avanço de propostas radicais.