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As novas economias, assim entendidas as economias verde, compartilhada, colaborativa, criativa e multimoedas são uma vedete dos tempos atuais. Elas representam formas disruptivas de se pensar (e realizar) a produção, distribuição e consumo de bens e serviços, respondendo, com novos modelos, aos desafios da sociedade pós industrial em transporte, saúde, educação, entretenimento, hospedagem, com uma roupagem inovadora.
Novos mercados são gerados e mercados já existentes ganham uma nova dinâmica, impulsionando a inovação, o investimento, a economia.
O Uber (alternativa para o táxi), o Airbnb (alternativa para o hotel), o Ezpark (aluguel de vagas de estacionamento), Tripda (carona sob demanda), Nubank (banco digital), Home Bistrô (chef na sua casa), Netflix (TV por internet), Skype e Whatsapp (comunicação over the top), Spotify (música em plataforma digital), são alguns exemplos de negócios atuando no Brasil, na onda da economia do compartilhamento.
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Mas essa disrupção gera fricção.
Pela sua própria natureza, as novas tecnologias desafiam as políticas públicas existentes. Novos players passam a disputar o mesmo mercado consumidor, muitas vezes, com outros players já estabelecidos e cuja atividade já está regulada pelo Estado, impondo requisitos e tributos que implicam em custos que os deixam em desigualdade de condições.
Essa disputa de mercados entre fornecedores das novas economias e agentes já regulados gera uma batalha regulatória. De um lado os agentes já estabelecidos passam a buscar a regulamentação e paridade de custos com os novos players. Estes, de outro lado, tentam manter sua atividade longe dos custos pesados da economia tradicional. Fato é que ambos os lados passam então a interagir com os ambientes regulatórios e políticos em que operam.
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A melhor maneira de lidar com essa batalha regulatória é manter um monitoramento contínuo do regulamentos e reguladores em torno do seu negócio, bem como das políticas públicas aplicáveis. É importante compreender os riscos e as ameaças para ser capaz de lidar com elas adequadamente. E essa interação com os agentes de governo demanda conhecimentos e habilidades específicos, que, se não forem observados à risca, (certamente) comprometerão seu negócio e a imagem da sua empresa.
O primeiro ponto importante é saber que o mundo empresarial e o mundo político têm linguagens diferentes. O mundo dos negócios conversa em termos de receita, custo, investimento, lucro. O mundo político tem sua própria dinâmica baseada em projeção, votos e poder. Para que essa interlocução não gere curto-circuitos as empresas devem contar com profissionais com os conhecimentos necessários para traduzir as linguagens e operar no mundo político.
Mas a comunidade disruptiva ainda enxerga a política como uma área apartada da economia. Muitos atribuem à política a responsabilidade por atrasar o progresso e a inovação.
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Essa leitura equivocada, muita vezes, faz com que os geeks da economia ignorem a política, mas a política não ignora essas questões.
“Geeks like to think that they can ignore politics. You can leave politics alone, but politics won’t leave you alone“
Richard Matthew Stallman, ativista fundador do Movimento Software Livre.
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Uma vez que o mundo político tem seus próprios mecanismos, seu próprio tempo e sua própria dinâmica, a interação com o poder público pode à primeira vista ser interpretado como custos desnecessários à inovação, reforçando o preconceito e o distanciamento entre ambos. Mas o que as empresas disruptivas devem ter em mente é que cuidar apenas da atividade econômica não é mais suficiente para sobreviver e ter sucesso no negócio. É necessário monitorar e cuidar do ambiente regulatório à sua volta.
O debate sobre ideias disruptivas deve passar pela regulação e pelos reguladores. Afinal, um dos maiores testes para as empresas disruptivas é equalizar o frescor do novo modo de investir e fazer negócios com o ímpeto do poder político em regular, muitas vezes instigado por setores já estabelecidos na economia.
Disrupção inovativa que nos move, também, para rever nossa relação com o governo.