Quanto você gasta mensalmente com escolhas que encurtam sua vida?

Ao mesmo tempo que gastamos sem pensar em itens que podem encurtar nossa vida, questionamos o preço dos alimentos que nos prolongam.

Paola Machado

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

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Muitas vezes reclamamos de pagar R$10 por frutas, mas consumimos um pastel sem pensar duas vezes. Já parou para refletir sobre quais são as suas verdadeiras prioridades? Vou trazer algumas questões que podem fazer você reconsiderar o que coloca no topo da sua lista de gastos.

Recentemente, fui lembrada dessa questão quando me pediram uma garrafa de refrigerante vazia de 2 litros para um projeto escolar. Como não consumimos refrigerantes em casa, não encontrei uma garrafa disponível e acabei comprando uma por R$8,99. Isso me fez refletir: por que as pessoas gastam tanto, sem reclamar, com coisas que prejudicam a saúde?

Pense bem: enquanto alguém que fuma um maço de cigarros por dia gasta, em média, R$300 mensais (aproximadamente R$3.600 por ano), outra pessoa investe R$100 por mês em uma academia. A diferença? Enquanto um prolonga a vida, o outro aumenta o risco de doenças. Um é investimento, o outro é uma aposta perigosa.

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Agora eu te pergunto: quais são as suas prioridades? Você sabe responder?

Quando o assunto é alimentação, frequentemente ouvimos que “alimentação saudável é cara”. Mas o que é, de fato, uma alimentação saudável para você? Se você anda pelos corredores dos supermercados e se depara com as gôndolas de “alimentos saudáveis”, é provável que ache os preços altos. Mas será que esses produtos são realmente saudáveis? A resposta pode ser encontrada na simplicidade: uma maçã precisa de rótulo ou de uma lista extensa de ingredientes? 

Alimentos saudáveis, em sua essência, não demandam explicações complexas nem embalagens cheias de informações. A feira é o lugar perfeito para encontrar esses alimentos.

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Há alguns dias, presenciei uma situação curiosa em uma feira. Uma senhora reclamava que o quilo da banana estava caro, mas, logo em seguida, consumiu um pastel. Contraditório, não?

Vamos aos números. Segundo o CEASA, o quilo da banana prata custa em torno de R$3,46. Mas vamos assumir que você comprou em um hortifruti mais caro e pagou R$8,99. Um quilo de banana contém, em média, seis unidades. A banana é uma fonte excelente de potássio, fibras, vitaminas A, C e do complexo B, além de antioxidantes. Em resumo, você terá seis porções de nutrientes essenciais. Agora, compare com o preço de um pastel de carne, que pode variar entre R$7 e R$9, dependendo da feira. O pastel, embora saboroso, é frito e cheio de gordura. 

Segundo a TACO, uma porção de pastel de 100 gramas contém 5,9 gramas de gordura monoinsaturada, 7,6 gramas de gordura poli-insaturada e 4,8 gramas de gordura saturada. Os benefícios para a saúde? Praticamente nulos.

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Não quero aqui fazer “terrorismo nutricional”. A questão é sobre escolhas e como elas afetam nossa saúde e nosso bolso. As decisões que tomamos ao longo do dia, mesmo as mais simples, têm impacto direto em nossa qualidade de vida. De acordo com o The Wall Street Journal, fazemos cerca de 35 mil escolhas por dia, das mais triviais às mais complexas. Entendeu por que é tão difícil decidir? Não se trata apenas de uma decisão, mas de milhares.

Escolher com consciência não é fácil. Optar pelo caminho mais difícil, porém o mais saudável, exige esforço. Mas a prevenção vale a pena. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que investir apenas US$1 por pessoa em prevenção de doenças poderia salvar 7 milhões de vidas. Isso levanta uma reflexão: quanto você investe em sua própria saúde?

O custo da má saúde é alto. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCDM), pessoas com obesidade gastam, em média, 15% de seu salário em tratamentos relacionados à condição. Um estudo encomendado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) mostrou que a obesidade grave e mórbida representa, em média, um custo mensal de R$2.750 por beneficiário no sistema de saúde suplementar, totalizando R$33 mil ao ano. Entre 2015 e 2021, 22% dos sinistros relacionados à saúde suplementar no Brasil estiveram associados à obesidade, gerando um gasto de R$4,8 bilhões.

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Esses números deixam claro que nossas escolhas diárias têm implicações profundas, não apenas na nossa saúde, mas também nas nossas finanças. Então, a pergunta que fica é: quanto você está gastando mensalmente em escolhas que reduzem seu tempo de vida? E, mais importante, o que está fazendo para mudar essa realidade?

Soluções e dicas práticas

Para melhorar suas escolhas e reduzir os gastos com decisões que impactam negativamente sua saúde, você pode adotar algumas ações simples:

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Pequenas mudanças no seu estilo de vida podem não só poupar dinheiro, mas também aumentar a sua longevidade e bem-estar.

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Paola Machado

Dra. Paola Machado é Doutora e Mestre em Ciências da Saúde pela UNIFESP, especializada em Fisiologia do Exercício, Nutrição e Fisiopatologia da Obesidade. Com mais de 2000 textos publicados em portais renomados, ela se destaca como uma referência em emagrecimento, performance pessoal e rotinas de sucesso, traduzindo conhecimento científico em práticas acessíveis e eficazes.