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A troca do comando do Ministério do Meio Ambiente – com a saída de Ricardo Salles e a substituição por Joaquim Álvaro Pereira Leite – deve alterar pouco a percepção e a política de Jair Bolsonaro sobre a área. Contudo, tira do governo uma figura que acumulava desgastes — menos pela condução da agenda, que era alinhada com a de Bolsonaro, e mais pelas investigações recentes, que geravam manchetes que desagradavam ao Planalto e continuavam a avançar.
Deixando o Supremo Tribunal Federal (STF) rumo à primeira instância, a investigação sobre Salles também deixa de ser um ponto de atrito potencial entre o Planalto e o Supremo e alivia a vida de Bolsonaro – uma questão a menos para resolver.
Para fora, a percepção é que a visão negativa do Brasil sobre o tema decorre mais do comportamento do próprio presidente do que do então chefe do ministério. A escolha de Pereira Leite, um nome que já ocupava secretaria importante de Salles (Amazônia e Serviços Ambientais) e, assim como o antecessor, é ligado ao setor ruralista, corrobora a sensação de continuidade.
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O timing da troca também ajuda o governo: vem no momento em que o Executivo é colocado no corner pelo noticiário tratando das investigações a respeito da compra da Covaxin. O efeito foi imediato no noticiário, que já se divide entre os dois temas.
De quebra, a mudança agrada parte dos aliados do governo no Congresso, principalmente na Câmara, que há tempos se desentendem com o agora ex-ministro