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Política – Matéria relacionada à Pólis.
O final do século XVIII foi um período supertranquilo na França. Um período de revolução. E como toda boa revolução, começou com uma intensa crise econômica. O governo francês, absolutista, gastava em média 20% a mais do que arrecadava todos os anos, e com trajetória de alta, tanto dos gastos quanto da arrecadação. A bola de neve inflacionária e de insatisfação popular, encontrou um inverno bastante rigoroso na virada de 1788 para 1789. Houve várias propostas de reformas estruturantes, mas a aristocracia francesa se recusava a discutir qualquer coisa que reduzisse seus gastos ou privilégios. Em meados daquele ano começa a Revolução Francesa, principalmente com a Queda da Bastilha. O mundo nunca mais seria o mesmo, e sim, o mundo. Desse movimento popular sai toda a base de direito no mundo ocidental; a Família Real portuguesa acabou vindo ao Brasil em 1808 por causa dele, iniciando um movimento que terminaria com a independência; as sementes iluministas seriam espalhadas pela Europa mudando modelos políticos em todos os países.
Hoje seguimos tendo problemas fiscais, acho que sempre teremos, mas as bases do Código Napoleônico de mais de 2 séculos atrás, impedem os piores excessos que Luís XVI e sua base de apoio incorreram na França. O modelo funciona no geral, com bolhas de mal-funcionamento. De fato, várias revoltas ao longo da história podem encontrar suas sementes em expansão fiscal, inflação e/ou aumento tributário, principalmente em momentos de maior fragilidade econômica, como a Inconfidência Mineira e a própria independência dos EUA. Há quem diga que estamos numa dessas bolhas hoje, não só no Brasil. Há outros que dizem que “só temos uma coisa desajustada no Brasil hoje, é o Banco Central”. Olha, tem muita crítica justa a ser feita ao Banco Central, mas tenho certeza de que caso esteja “desajustado”, não é a ÚNICA coisa. Enfim, depois da conversa de segunda com seu time econômico e de eles prometerem que iriam cortar despesas, ontem o presidente Lula falou à CBN e estava, digamos, chateado. No mínimo, estava no mesmo clima do canarinho da seleção da copa de 2022. Distribuiu bordoada para todos os lados, e acertou até quem não queria (tipo o Congresso). Mais tarde, seu Relações Públicas (pensa num cara que trabalha) deve ter dado um toque e ele voltou a falar em corte de despesas no fim do dia.
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A questão fiscal segue e vai seguir no noticiário e nos preços, ainda por muito tempo. De novo, não só no Brasil. Mas para hoje, pensa num café frio. Gelado mesmo. Praticamente Iced Coffee. Enquanto muito, mas muito mesmo suor desce. Estaremos todos desidratados mais para o fim do dia. Hoje às 18:30 sai a decisão do COPOM e se você está tranquilo com isso, você está mal-informado. Boa sorte, meus amigos. E principalmente, muitíssima boa sorte Galípolo. Estamos torcendo pela sua sabedoria. Vamos todos precisar.
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