Olimpíadas

Se você chegou aqui atrás de notícias dos jogos olímpicos, sinto tê-lo iludido. Não vai ter nada disso aqui.

Alexandre Aagesen

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Durante a Guerra Fria as grandes potências lutaram suas proxy wars, sem nunca baterem diretamente de frente. Exatamente por isso, guerra “fria”. Mais do que Vietnã, Coreias ou Cuba, existia sempre uma guerra psicológica, uma busca por Soft Power que envolveu Xadrez (inclusive contra AI), corrida espacial, Jazz patrocinado pela CIA e principalmente esportes Olímpicos. Hoje, argumenta-se que temos nova guerra fria, com as proxy wars, e sem embate direto de novo: A parte psicológica passa novamente por corrida espacial, passa por AI, no lugar do Xadrez passa por envio de balões com fezes e lixo e no lugar do Jazz, K-pop e panfletos. E esse final de semana atingiu seu ápice – pelo menos um ponto bastante inusitado – em ano de Olimpiadas. Na provocação antes do jogo contra a Itália, os albaneses chegaram a quebrar espaguete na frente da torcida rival, enquanto esses se desesperavam. Alguns dirão que era só sobre futebol. Outros dirão que nunca é só futebol. E nessa disputa de Vivaldi versus Dua Lipa, Carbonara versus Qofte e Roma versus Tirana, cara, sou obrigado a ficar com os latinos. Um Italiano bem falado é mais legal que o (pera aí, deixa eu jogar no Google a língua da Albânia) – é, albanês (é, faz sentido). Ciao, Albânia!

E falando em Google e italianos, e sua linguagem – particularmente a corporal, vale jogar no Google para ver as reações de Giorgia Meloni no encontro do G7. Desde as primeiras olimpíadas, na península do Peloponeso, quando grandes líderes das cidades-estados se encontravam, eles se obrigavam a tratar-se com cortesia. Meloni fez exatamente isso com Macron… na frente dele. Pois é, nada mais italiano que a reação da primeira-ministra encontrando o presidente francês. Aquela reação que todo mundo tem com os colegas no trabalho, mas esconde. A Italiana italianou. Ciao, francese!

Chega de Itália um pouco, mas sigamos nas reações contidas. Por exemplo, a luta do Spider contra o Sonnen. Puro suco de reações contidas, claramente. Naquela hora que os albaneses jogaram o espaguete quebrado (volte ao primeiro parágrafo), teve mais risco de alguém se machucar do que na luta do Anderson Silva. Até Dinamarca e Eslovênia trouxeram mais emoção. Não é o que se espera no esporte. Particularmente nesse esporte. Mas é exatamente o que queremos ver na quarta-feira, no Banco Central. Não me importo se você gosta ou não do seu colega. Não quero ver ninguém discordando da decisão. Reações contidas, consenso unânime e estabilidade, por favor. Agora sim, Ciao, leitores atentos!

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Alexandre Aagesen

Com mais de 16 anos de mercado financeiro, é CFA Charterholder, CAIA Charterholder, autor do livro "Formação para Bancários", professor convidado e Investor na XP Investimentos