Testamos: Jaguar F-Pace SVR, um SUV com motor V.8 “raiz”, mas conforto de carro de luxo

O F-Pace é aquele SUV “TOP”, líder da sua categoria e o carro que chega chegando por onde passa

Raphael Galante

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

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Caros leitores, digníssimas leitoras,

Uma das poucas vantagens que a gente tem nesses mais de 20 anos no setor é conseguir acesso a alguns veículos para “testar”. Na real, isso serve para mostrar que, às vezes, o pessoal da indústria automotiva não bate bem da “caixola”.

Afinal de contas, colocar na mão do estagiário um veículo de quase R$ 800 mil é a mesma coisa do que dar uma metralhadora para um macaco…

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Ou seja: vai dar ruim!

Nesse cenário, os britânicos da Jaguar-Land Rover (eu sei que o dono é indiano e o presidente da marca aqui no Brasil é franco-suíço), com toda polidez tradicional, nos emprestaram uma das “joias da coroa”: o Jaguar F-Pace SVR.

Dando início a nossa epopeia: quando fomos retirar o veículo, já começamos a sentir as primeiras diferenças ao guiar o carro.

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Em primeiro lugar, esqueça aquele papo de carros híbridos/elétricos ou com motores 3 cilindros. No caso do Jaguar F-Pace SVR, estamos falando de um veículo “RAIZ”, com motor V8 Supercharger 5.0 de 550 cavalos de potência.

Isso quer dizer que a delicadeza passou longe daqui: brutalidade total no ronco do motor! Por onde ele passava era como se estivesse tocando uma das trombetas do apocalipse! O F-Pace é brutal, raiz… fez até crescer pelo no peito do estagiário metrossexual.

Após o frenesi inicial, caiu a ficha do estagiário! “Meu, é um carro V8 5.0! Esse trem deve beber mais que Opala! Minha bolsa-auxílio não vai dar para pagar gasolina nem pra chegar na esquina”. Logo ele, que sempre aloprou os “opaleiros”…

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E então aconteceu a primeira grata surpresa! Sendo um V8, rodamos quase 600 km entre: uso urbano (40%); estrada (45%) e atoleiro (15%). E fechamos com uma média de 7,2 km/litro. O que – para um veículo V8 – foi excelente (com o Opala, essa contaria daria uma média de 1 a 2 Km/litro).

Devidamente recomposto dos sustos, fomos testar o que o F-Pace entrega. O que fizemos? Já botamos o carro para rodar um primeiro percurso: São Paulo -> Atibaia (Pedra Grande) -> Bragança Paulista -> São Paulo.

O conceito inicial era: ele é um SUV (Sport Utility Vehicle), ou seja, tinha que colocar no meio do mato/trilha/barro para ver como se comportava. Afinal de contas, não é toda hora que a gente tem um brinquedo de R$ 800 mil na mão.

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Segundo o pessoal da Jaguar, o carro faz de 0 a 100 km/h em apenas 4 segundos! Fizemos o teste no sentido Atibaia e, sim, o carro literalmente “avoa”.

Um dos grandes problemas é que, devido a todo o processo de estabilidade, isolamento acústico, mecânica, entre outros, o F-Pace é um carro que que você não o sente ir… o que isso quer dizer?

Quer dizer que, quando você está dirigindo, poderá ir de 100 a 150, 180, 200 km/h, num piscar de olhos sem perceber. E é aí que reside o perigo! A viagem até Atibaia, que demoraria uns 50 minutos, foi feita em menos de 40…

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Terminada a primeira parte de estrada, metemos o carro numa estradinha de terra bem ordinária! Decidimos levar o F-Pace às alturas: 1.418 metros de altitude.

Fomos até a Pedra Grande, em Atibaia, ver onde os picapeiros levam o pessoal para fazer salto de paraglider e/ou asa-delta. A estradinha é fácil, mas super chatinha, ainda mais com chuva. Os principais veículos que vão para lá são as picapes. Mas decidimos levar o F-Pace para tomar um banho de barro!

A estrada barrenta foi super moleza para o F-Pace… nos sentimos o próprio Morgan Freeman em “Conduzido Miss Daisy”, de tão fácil que foi chegar ao cume da montanha. Afinal de contas, com o motor V8 5.0, rodas de 22” e todos os ajustes que você faz no carro (na suspensão, por exemplo), a subida foi um passeio.

E realmente foi o carro que facilitou: no meio do caminho, passamos por dois abestados (um num Fiat/Idea e outro em um Hyundai/HB20) que ficaram (atolaram/bateram) pelo caminho. O único lado chato da nossa viagem foi ficar quase duas horas parados para a remoção de arvores que haviam caído na estrada (para vocês terem uma noção de como a estrada estava zoada)…

E lá no alto do parque, sempre vale o visual:

Além de mostrar que é (realmente) um SUV “RAIZ”, o conforto interno é também coisa de outro mundo: a começar pela tela interativa de 12,3” (do motorista) e 11,4” (console central); os assentos no melhor estilo “cadeira gamer”; o revestimento dos bancos; além do acabamento interno e isolamento.

Enfim… o F-Pace é aquele SUV “TOP”, líder da sua categoria e o carro que chega chegando por onde passa! E o “plus adicional a mais” para o estagiário, foi que ele ficou até mais bonito!

E aí, o que achou? Dúvidas, me manda um e-mail aqui.

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Raphael Galante

Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva