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Caros leitores, digníssimas leitoras,
Eis que o grande bochicho da semana foi que os germânicos da Volkswagen irão passar nos cobres (fazer IPO) da sua principal joia, a Porsche.
O primeiro ponto que nos chamou a atenção foi a tirada de fazer a oferta com 911 milhões de ações da Porsche. Ou seja, os alemães tiveram bom humor (?) ao fazer uma analogia na quantidade de ações com o mítico carro da marca, o modelo 911.
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Além disso, vale sempre lembrar que a Porsche já estava na bolsa (PAH3.DE). Mas aqui estávamos falando da holding que era controlada pela família Porsche-Piech. O que os germânicos estão passando no cobre é a Porsche AG, que é a fabricante de automóveis. Essa sim faz parte do grupo VW.
Mas o negócio é bom?
O que chamou a atenção foi que os caras nem precisaram de 24 horas para encontrar investidores interessados no negócio. Antes de começar, já acabou!
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E nessa turma só está aquele povo que nada no dinheiro, como o fundo soberano norueguês Norges Bank, o T. Rowe Price e o ADQ que, juntos, já se propuseram arrematar € 1,3 bilhão da oferta, além do fundo soberano do Qatar, que quer arrematar 4,99% das ações.
O negócio da Porsche foi avaliado por volta de € 75 bilhões e uns quebrados. Existe uma altíssima probabilidade de a marca estrear na Bolsa e já passar a valer mais que o próprio grupo VW, que está na casa de € 88 bilhões e uns trocados.
Mas por que a Porsche teve esse sucesso (ainda não concretizado, vale lembrar) logo de cara?
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Elementar, meu caro Watson! O melhor dos mundos é se trabalhar com o mercado de luxo! Ou seja, com a nata da nata do Mundo de Caras.
Se liga na parada:
Olha a margem da Ferrari em 2021: 25,2%! Ganhar mais do que isso só sendo traficante, mas aí tem todo o risco do negócio!
O raciocínio que o pessoal está fazendo é que a Porsche está numa média de uns 9 EV/Ebitda. A BMW, de uns 6,3 e a Ferrari com mais de 18.
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A Porsche representa apenas 4% (com a generosidade do arredondamento matemático) das vendas do grupo VW. Mas é responsável por 12% das receitas totais da marca e de incríveis 26% do lucro operacional.
Fazendo uma analogia com as vendas dos produtos da marca no Brasil, eles não param de crescer há quase uma década! Gente… e é crescer no Brasil! Seria tipo o 13º trabalho de Hercules (e Hercules – provavelmente – falharia miseravelmente)!
Eles triplicaram o seu volume de vendas em uma década – enquanto o mercado caiu mais de 45% no mesmo período. Além disso, aqui em terras tupiniquins, existe uma fila de espera de uns 18 meses para comprar um Porsche.
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Ou seja, se você, caro leitor, for dar um rolê lá numa concessionária Porsche e decidir se presentear com um carro da marca, só vai poder brincar com ele em 2024!
Comprar um Porsche, hoje, é quase como fazer um consórcio: vai pagar e não vai levar na hora.
Assim, até este vil estagiário sabe que o negócio é bão!
E afinal de contas, por que os germânicos da VW estão passando a Porsche nos cobres?
O ponto aqui é que o pessoal da VW está dando um all-in no conceito de eletrificação dos veículos. Conforme afirmou Arno Anlitz (o homem do dinheiro do grupo – CFO) em um comunicado interno da Volkswagen: “As possíveis receitas nos darão flexibilidade para acelerar a nossa transição”.
Estima-se que a maior parte desse total (por volta de uns € 30 bilhões) será alocada para o desenho de um carro elétrico e popular, com preços mais acessíveis que os atuais e maior volume de produção.
Além disso, a empresa já havia anunciado investimentos de € 20 bilhões na construção de uma fábrica de baterias na Espanha, seis fábricas de veículos pela Europa e duas na América do Norte.
A previsão deles é vender 3 milhões de veículos elétricos em 2025.
É lógico que, na hora que desenharam o seu business plan, não haviam incluído a variável “Putin” no seu plano de negócio.
Mas, “agora Inês é morta!”.
Vamos esperar para ver o que vai virar!
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