O “inabalável” mercado de carros de luxo no Brasil

Imaginamos que o destaque do segmento neste ano seria alguma marca do trio alemão Audi-BMW-Mercedes. Mas a grata surpresa foi a Toyota, que abocanhou 18% do mercado

Raphael Galante

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Caros leitores, digníssimas leitoras: uma das coisas que nos acalenta no setor automotivo é o mercado de veículos de luxo.

O mercado de carros de luxo, aquele do mundo de Caras, segue a filosofia do Buzz Lightyear: “Ao infinito e além!”. Não tem tempo ruim para o pessoal!

Em geral, no segmento, acontecem dois fatores: registro crescimento nas vendas ou então registro um pu#@ crescimento nas vendas!

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É lógico que algumas marcas não seguem essa dinâmica. Mas o setor está sempre na ascendente!

E o que registramos no 1º quadrimestre de 2022?

Pegamos todos os veículos com preço superior a um quarto de milhão de reais (R$ 250 mil) e verificamos como estão as vendas.

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Pois bem….

Fazendo esse corte, registramos neste primeiro quadrimestre do ano um total de 23,6 mil veículos vendidos, o que representou uma alta de 9,8% sobre o mesmo período do ano passado, quando tivemos 21,5 mil carros comercializados.

Na atual (e eterna) conjuntura político-econômica tupiniquim, registrar crescimento nas vendas de quase 10% é quase um milagre!

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Se levarmos em consideração que o mercado automotivo está com retração de 23,3%, o pessoal do mundo de Caras está nadando de braçada!

O mercado de carros de luxo representou, no 1º quadrimestre do ano passado, 3,25% do total das vendas. Já neste ano, as vendas de carros de luxo representam 4,7% do total.

E quem se destacou no nosso estudo?

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No início, imaginamos que seria alguma marca do trio alemão ABM (Audi-BMW-Mercedes). Mas a grata surpresa foi a Toyota, que abocanhou 18% do total do mercado!

“A Toyota? Com seus carros espartanos?”

Sim, caros leitores!

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No nosso estudo, o carro mais vendido foi a gloriosa Toyota Hilux SW4. Aquele carro “básico” de R$ 400 mil. Neste ano, foram mais de 4,2 mil unidades vendidas, contra 3,8 mil unidades no mesmo período do ano passado. Alta de quase 12% na demanda por esse veículo.

Na verdade, esse foi o carro mais vendido no nosso segmento de luxo!

O segundo veículo mais vendido ficou com o pessoal da Jeep, com o Commander a diesel (na faixa dos R$ 300 mil). Foram mais de 4 mil veículos vendidos neste começo de ano.

O que a gente percebeu nos últimos tempos é que montadoras de volume (como Toyota e Jeep) estão apostando fortemente nesse nicho de mercado.

Ou seja, todas estão atrás daquele cliente “plus-adicional-a-mais” do tipo AAA+.

Isso serviu bem para a Ford. A linha da marca no Brasil hoje conta com o SUV Bronco e o sempre mítico Mustang. Na verdade, a Ford optou por encolher para trabalhar com um cliente “melhor”. A montadora, depois de quase morrer por completo no ano passado, viu as vendas destes dois produtos saltarem 220% neste ano.

Ou seja: morri, mas passo bem!

Outras marcas também aproveitaram a onda para se reinventar/renovar. A Kia trouxe o seu eterno carro família: Carnival. Mas é um “outro carro”, afinal de contas, estamos falando de um veículo de quase meio milhão de reais.

E o nosso trio germânico ABM? Audi -36%; BMW: -2%; Mercedes: -16%.

E aquele povo que é a nata da nata do mundo de caras? Com carros que ultrapassam (fácil) a casa de 1 milhão de reais?

Eles continuam no seu Olimpo, inabaláveis!

Ferrari? Dobrou as vendas; Maserati: +35%; Lamborghini: +75%; Rolls Royce: Dobrou. Tesla: +121%; fora as marcas como Aston Martin e Bentley, que não tinham vendido nada ano passado e já estão vendendo por aqui…

Enfim, tudo tranquilo lá no Olimpo!

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Raphael Galante

Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva