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Caro leitor; digníssima leitora: o grande “bochicho” da semana é que “a batata tá assando” para as locadoras de veículos.
Mas, antes de você dar uma de cascão:
E sair vendendo/comprando ações; lembre-se que a gente manja dos paranauês do mercado automotivo, não do mercado financeiro.
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Voltando ao foco.
Qual foi a grande tônica das locadoras de veículos ao longo dos últimos anos? As locadoras de veículos (muito espertas que são) mudaram totalmente a dinâmica da sua atividade fim (locação de veículos) para virarem grandes varejistas de carros usados (ou seminovos – fica ao gosto do cliente).
Se você for atrás do balanço dessas empresas, verificará essa tendência.
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Por exemplo, no caso da Localiza, neste primeiro semestre, sua receita líquida foi de R$ 2,38 bilhões, gerando um crescimento de 36,8% sobre o primeiro semestre do ano passado, quando tivemos receita líquida de R$ 1,74 bilhão.
Mas “o mais-melhor-de bom” foi o aumento de 42,6% na receita liquida com a venda de carros usados; saltando de R$ 0,97 bilhão para R$ 1,38 bilhão.
A venda de carros (para a Localiza) representou quase 60% da sua receita líquida. No primeiro semestre do ano passado, representava pouco mais de 55%.
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Elas (locadoras) se aproveitaram do desespero das montadoras, das regras tributárias esdrúxulas e crédito acessível para alavancar todo o seu crescimento.
Mas tudo o que é bom dura pouco.
Nesta semana, tivemos dois episódios e meio (esse meio é de bastidor) que poderão mudar a dinâmica desse mercado. Quais foram?
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1º – A Receita da Fazenda Estadual/SE fez uma operação de atuação em locadoras do Estado. Qual foi o drama? Não vou afirmar que foi “sonegação fiscal”, mas digamos que houve uma falha do pessoal do financeiro, que esqueceu de recolher as guias tributárias. Se você quiser ver a matéria (vídeo). Se assistir o vídeo, talvez conseguirá LOCALIZAr qual era uma das empresas, foco da matéria (02m10s).
2º O segundo motivo – e o pior de todos para as locadoras – foi que a Toyota decidiu entrar no mercado de locação de veículos. O foco da Toyota é ser uma empresa de “mobility as a service”, e não apenas uma “produtora” e “revendedora” de carros.
E quão importante é isso? Amiguinhos… quando os japas da Toyota entram em algum novo processo/tendência, pode apostar que é questão de tempo até que o assunto se torne obrigatório em todas as montadoras. Uma vez que são extremamente conservadores e metódicos (isso é um elogio positivo), devem ter simulado ao extremo essa nova tendência. Afinal de contas, fazendo uma analogia com o cinema, a Toyota é como o John Malkovich:
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Ainda sobre o segundo motivo, outro ponto a salientar é a capilaridade. Uma Toyota tem 172 pontos de atendimento (concessionárias). Mas imaginem uma FCA? Seriam mais de 620 pontos de atendimento! Ela teria uma penetração em mais cidades do que as locadoras possuem hoje – uma maneira de se prevenir contras elas.
Hoje as locadoras possuem um forte poder de barganha devido ao volume que compram. Não existe “fidelidade” entre elas e as montadoras. Se uma Localiza decide não mais comprar carros da FCA, por exemplo, vai gerar um estrago absurdo para a montadora. Além disso, outras marcas já possuem sistemática parecida. Seja uma Ford com um tipo de operação (de locação) parecida nos EUA ou até mesmo o grupo PSA lá nas “Zoropa”.
Já aquele “meio episódio” que falta é que parece que está havendo uma movimentação (forte) no Congresso para alongar o prazo de permanência dos carros no ativo das locadoras, de um para dois anos (num passado nem tão distante, eram só seis meses). O que seria a mesma regra do pessoal que compra carro com isenção, como os PCD ou PNE.
Ou seja, estão jogando areia na corrente da bicicleta do pessoal das locadoras. E, quando a gente não consegue pedalar, a gente cai.
Se isso virar tendência (montadoras entrando no processo de locação), o pessoal das locadoras precisará repensar o seu negócio imediatamente; caso contrário, estarão como a letra da música abaixo:
E apesar de isso poder ser “o fim do mundo” para elas, não sei se elas “ficaram ok”!
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